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Quase 8500 crianças e jovens foram retirados das famílias em 2013

Há ainda mais 2506 casos que estão a ser acompanhados no regresso a uma situação “normal” de vida.

O ministro da Solidariedade e da Segurança Social entregou ontem, no Parlamento, o relatório de caracterização anual da situação de acolhimento das crianças e jovens. Os dados, relativos a 2013, são claros e mostram que o número de casos de risco tem vindo a diminuir, mas, mesmo assim, foram 10951 as crianças e jovens caracterizadas pelos serviços de proteção e segurança.

Ao todo, segundo o relatório oficial que se refere ao ano passado, 8445 jovens e crianças foram retirados das famílias e colocados em situação de acolhimento. No mesmo ano de 2013, 2506 crianças e jovens cessaram a situação de acolhimento, sendo acompanhados no regresso a uma situação “normal” de vida.

A maioria dos jovens e das crianças em risco são acolhidas em centros temporários ou em lares de infância em Juventude. São 89 por cento dos casos assim tratados pelo Estado, sendo apenas de 4,4 por cento as situações de acolhimento em famílias. O relatório assume que a situação está longe de ser ideal e sublinha que o modelo de famílias de acolhimento se encontra ainda numa fase «muito incipiente» em Portugal.

Nos últimos anos, e apesar de uma consecutiva quebra nas estatísticas sobre este fenómeno, o relatório sublinha que se tem «assistido à alteração do perfil das crianças e jovens que entram no sistema de acolhimento». Tendem a ser cada vez mais velhos – 67,4 por cento têm idades entre os 12 e os 20 anos e crescem as situações de problemas de comportamento.

Os principais motivos referenciados como situações de perigo para as crianças e jovens são relativamente estáveis. A «falta de supervisão e acompanhamento familiar» e a «exposição a modelos parentais desviantes» são os fatores mais relevantes que levam estas crianças e jovens a ser identificados como casos de risco.

Comentários dos nossos leitores
antonio vasco s da silva vascosil@live.com.pt
Comentário:
Com a política seguida por este governo não admira. Agora resta saber onde as colocar na nossa cidade, onde noutros tempos tivemos uma das melhores instituições do país, vejo com muita pena minha que se tenham virado para as elites da cidade, filhos de doutores e enfermeiros, e que se fecham as portas às crianças para as quais o seu fundador a criou. Falo do Outeiro de São Miguel, onde noutro tempo erámos mais de 200 crianças e atualmente são apenas uns poucos (…). Hoje temos condições que não tínhamos mas que a política seguida por quem tem os seus destinos optou por criar uma escola para gente rica, com condições que o público não oferece e que todos nós estamos a pagar. Acho que se deve fazer um colóquio virado para esta temática e dar voz àqueles que realmente estão a precisar. É claro que não interessa falar e divulgar estas coisas, mas acontecem nas barbas de todos e é importante repor a verdade dos factos. Eu, como antigo aluno de uma instituição de grande referência no passado, tenho pena de ver o estado a que a Igreja tem conduzido estes colégios, que dão sinais de grande riqueza exterior e que se impõem por terem do melhor que há.
 

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