O secretário de Estado do Ordenamento do Território e Conservação da Natureza visitou na semana passada a Reserva Natural da Serra da Malcata, que abrange os concelhos do Sabugal e Penamacor, com o propósito de avaliar a reintrodução do lince em Portugal.
Miguel Castro Neto reuniu com os autarcas do Sabugal e Penamacor e os responsáveis da associação Iberlinx que fizeram um ponto da situação sobre os trabalhos desenvolvidos para melhorar os habitats e de informação e sensibilização das populações. O governante ficou ainda a conhecer o projeto do “Linx Park”, um parque temático que os dois municípios querem implementar na Malcata. Os estudos prévios do primeiro «parque europeu de turismo sustentável transfronteiriço do património» estão em fase de adjudicação e o projeto deverá ser candidatado a fundos comunitários. «Trata-se de implantar um parque patrimonial neste território, cujo património natural, edificado, etnográfico e cultural é necessário salvaguardar, preservar e divulgar», adiantou o presidente da Câmara do Sabugal. Segundo António Robalo, o Linx Park será «um “chapéu”, uma marca, que pretende incluir todas estas bandeiras e riquezas patrimoniais do nosso território que queremos promover e melhorar».
O autarca sublinhou ainda que «a reintrodução do lince ibérico em Portugal é um desafio que tem de ser continuado e coordenado a nível nacional para garantir que o processo seja duradouro e sustentável». Atualmente existem cerca de 400 linces em Portugal e Espanha. Criada em 1981, a Reserva Natural da Serra da Malcata tinha como missão proteger o lince ibérico, mas o projeto fracassou apesar do então Instituto de Conservação da Natureza (ICN) ter investido no repovoamento de coelhos e na aquisição de centenas de hectares. Em 2008 abriu, em Silves (Algarve), o Centro Nacional de Reprodução em Cativeiro do Lince Ibérico, em colaboração com o Parque Doñana, no sul de Espanha, onde existem 19 animais. O seu declínio tem sido associado ao desaparecimento acentuado do coelho-bravo, a sua principal presa, devido a doenças como a mixomatose e a hemorrágica viral.
No âmbito desta visita, as autarquias reivindicaram a gestão conjunta desta reserva natural de forma a permitir um melhor aproveitamento da área protegida em termos desportivos e turísticos, salvaguardando a preservação da natureza.
