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Situação financeira da Fundação Côa Parque agrava-se

Trabalhadores não receberam salário de janeiro e instituição já não consegue pagar fatura de eletricidade ou de telefone

Os funcionários da Fundação Côa Parque continuam sem receber o salário de janeiro. O caso foi denunciado na semana passada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Centro (STFPS), segundo o qual esta é a consequência dos problemas crónicos de tesouraria que a instituição tem tido desde a sua criação.

«Desde o início que os sócios fundadores não têm feito as transferências das verbas que estão acordadas. Pelo menos é o que nos informa a direção da fundação», declarou Luís Luís, delegado do STFPS, revelando que há «largos meses» que os salários dos trabalhadores «têm sofrido atrasos no seu pagamento, como o subsídio de férias foi pago com uma semana de atraso». O sindicalista adiantou aos jornalistas que o Conselho de Administração da Côa Parque confirmou, via email, que «este mês não havia dinheiro para os vencimentos e não indicou nenhuma data para o seu pagamento». Por sua vez, o presidente da Fundação que gere o Museu do Côa e o Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC) já admitiu que a situação «é insustentável desde 2013» e que os cortes nas transferências do Estado «inviabilizam» o funcionamento da instituição.

«Só em 2012 a Fundação teve orçamento próprio, de 1,4 milhões de euros, mas que não tem margem para reduções cegas. Quando são feitos cortes na ordem dos 50 por cento, isso significa que o dinheiro disponível dá para cinco a seis meses para os encargos da fundação», disse Fernando Real. E exemplificou dizendo que atualmente a Côa Parque já não consegue pagar a fatura de eletricidade ou do telefone, além de, «há largos meses», pagar com atraso os salários dos trabalhadores. «O orçamento para 2014 ainda não foi aprovado, porque, na reunião do Conselho de Fundadores, não se chegou a um consenso devido as reduções orçamentais impostas pelo Governo às fundações. O caso da Côa Parque, que já tinha o orçamento mínimo, foi colocado à tutela», declarou Fernando Real.

O presidente anunciou que está agendada para hoje nova reunião com os membros fundadores – a Direção-Geral do Património Cultural, os ministérios da Economia e do Ambiente, a Câmara de Vila Nova de Foz Côa e a Associação de Municípios do Vale do Côa – para encontrar uma solução. Segundo Fernando Real, as dividas dos fundadores à Fundação ronda os 1,2 milhões de euros, enquanto as transferências do Estado foram de 688 mil euros.

Dívidas de fundadores e cortes no financiamento tornam situação «insustentável», alerta Fernando Real

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