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«As sessões de formação para empresários permitem o intercâmbio de conhecimentos e realidades entre os empresários participantes»

Entrevista efetuada a Jorge dos Santos Ferreira, Diretor geral da Empresa FMP-Fly Mecânica de Precisão, Lda, com sede em Pinhel

P – Como surge esta empresa aqui em Pinhel?

R – A empresa FMP – Fly Mecânica de Precisão, Lda. surge da necessidade de expansão da empresa Vidal – SAS (empresa mãe).

Esta empresa está no mercado há cerca de 50 anos no sector da aeronáutica pois teve a necessidade de reduzir custos de produção e manter os elevados padrões de qualidade, daí apostar no mercado português, e porquê Pinhel?

Não foi uma razão racional mas sim emocional, que fez com que esta empresa se sediasse aqui em Pinhel, pelo facto do sócio-gerente da empresa Vidal-SAS ser originário deste concelho.

A Fly Mecânica de Precisão, Lda é uma empresa de produção de componentes metálicos sobre tornos CNC, destinados à indústria aeronáutica civil e militar, proporcionando serviços e produtos de alta qualidade e precisão, respeitando os prazos estipulados, de modo a que possamos responder às necessidades específicas dos nossos clientes. Esta empresa tem como valores: excelência, responsabilidade, integridade, trabalho de equipa, eficiência e flexibilidade, pois o objetivo é “voar mais alto” e tornar-se numa referência a nível regional e nacional pelos elevados padrões de excelência, inovação, qualidade e satisfação, por parte do cliente.

P – Há quantos anos surgiu esta empresa?

R – Esta empresa surge a 6 de Outubro de 2010 e ao longo destes três anos tem vindo a crescer significativamente, iniciámos os trabalhos com 4 colaboradores e, atualmente, contamos já, com 10 colaboradores, o que só por si indica um aumento de produtividade que nos é imposto e, é também, reflexo da grande expansão que está acontecer no mercado aeronáutico e que para a nossa organização é determinante.

P – Quais são os vossos clientes?

R – Os nossos clientes são Vidal-SAS, Messier-Dowty, ASCO Industries e Ratier-Figeac, todas estas organizações trabalham exclusivamente na indústria aeronáutica.

P – Todos os componentes por vós produzidos têm como destino que tipo de aviões?

R – Basicamente a produção é relacionada com todos os programas da AIRBUS (A-319, A-320, A-340, A-350 e por último A-380). Produzimos também para a Dassault, mais concretamente para os aviões: Falcon 7x, Falcon 900, Rafale. E por último para ATR (ATR 42, ATR 72).

Daí podermos dizer que produzimos componentes para todas estas aeronaves.

Como curiosidade, quase sempre os nossos componentes são para os trens de aterragem.

P – Como tem sido o desafio de ultrapassar todas as questões burocráticas do nosso país?

R – Foi difícil ultrapassar tanto papel que toda a burocracia exige e lidar com tantas entidades que nos remetem de umas para outras.

Felizmente, tivemos o apoio da Camara Municipal de Pinhel que nos facilitou/ajudou no processo agilizando algumas questões. Tivemos também o apoio do I.E.F.P. que nos auxiliou no recrutamento e formação dos nossos atuais colaboradores. Devo enunciar também toda a dedicação da nossa contabilista Manuela Monteiro que nos prestou um excelente apoio.

P – A Empresa FMP – Fly Mecânica de Precisão, lda está a participar no programa de consultoria formativa QI PME, promovido pela AENEBEIRA – Associação Empresarial do Nordeste da Beira. Como está a decorrer esta participação?

R – O programa QI PME promovido pela AENEBEIRA é um programa de louvar, pelo facto de disponibilizar um verdadeiro apoio às empresas ajudando na qualificação dos seus quadros superiores como a todos os restantes colaboradores. Para além das sessões de formação para empresários serem muito interessantes e atuais, permite também o intercâmbio de conhecimentos e realidades entre os empresários participantes. No que diz respeito à consultoria tenho a dizer que encontro ali um apoio no que se refere a ações especificas que a empresa quer implementar, neste caso podemos sempre recorrer a profissionais com alguns anos de experiencia que nos conseguem apoiar e orientar.

P – Quais as expetativas para a vossa empresa?

R – Dentro de 5 a 6 anos a nossa empresa pretende aumentar os quadros de pessoal para mais do dobro, chegando a 20 ou até mesmo a 25 colaboradores, para tal já foi iniciado a construção de um novo pavilhão com áreas suficientes para a expansão pretendida. Pois neste momento dispomos de uma área coberta de 570m2, totalmente climatizada, de modo a que se possa manter uma temperatura média de 20ºC na área de produção.

Sabemos pois que vários players (AIRBUS, EMBRAER, BOMBARDIER, entre outras) têm novos programas e que é certo o trabalho para nós vir a aumentar. É também verdade que pretendemos aumentar o número de clientes, o que fará com que tenhamos que aumentar toda a produção.

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