A direcção do jornal solicitou aos colaboradores uma sugestão de personalidades e acontecimentos regionais e nacionais mais marcantes de 2013. Com subtileza – não respondendo a sucessivos pedidos por correio electrónico – não participei nesse exercício de elaborar a lista do que mais se destacou no último ano em Portugal e nas Beiras.
Mas se a direcção do jornal não obteve resposta, terá nesta crónica o leitor – e a direcção, se tiver paciência de ler esta crónica – a explicação da minha recusa.
A primeira razão é evidente. O prazo terminou, duas vezes, sem que eu sequer tivesse pensado no assunto. Mas agora que dediquei ao assunto três minutos e meio, dei conta de que não teria condições de lhe dar resposta. Em condições normais leio apenas imprensa internacional – ou, em casos de particular interesse, edições portuguesas de revistas internacionais como a Maxim ou a Playboy. Por consequência, do país conheço apenas quem aparece nas ditas revistas e a região tem fraca participação no elenco das Playmates do mês.
Além disso, tenho uma péssima memória histórica para acontecimentos com mais de três meses. Por exemplo, já não me recordo bem se o 7º lugar do Sporting no campeonato foi em 2013 ou em 2012. Dos últimos títulos lembro-me, mas 1982, 2000 e 2002 não é memorização difícil. Fosse eu do FC Porto e não recordaria nem metade do que já ganharam durante a minha vida.
Sobre a política nacional, tenho uma vaga ideia que Passos Coelho deu uma entrevista, que Paulo Portas inaugurou um relógio, que António José Seguro consolou reformadas e que Jerónimo de Sousa se indignou. Do Bloco de Esquerda não tenho ideia nenhuma. Quer dizer, tenho uma ideia, mas isto não é um artigo da Maxim sobre estética na política.
Também ouvi dizer que o país tem um presidente – e presumo que quem seja presidente do país também seja da região, se bem me lembro da teoria dos conjuntos. Já as minhas recordações sobre o que fez o dito presidente em 2013 são apenas um conjunto vazio.
Por: Nuno Amaral Jerónimo