Através da História, ficamos a saber que as crises provocam o desenvolvimento dos países.
Não são os períodos de fartura, como aqueles que conhecemos nas décadas passadas, que são capazes de gerar desenvolvimento social. Bem pelo contrário.
Dito isto, fica a pergunta para cada um de nós: o que poderei fazer pelo desenvolvimento da nossa região?
Confiar no individualismo empresarial, isto é, que a empresa A ou B pode ser motora de uma região, é confiar no modelo que conduziu à desgraça a Península de Setúbal, com a desativação da Lisnave. Ou de Viana do Castelo, com a redução da atividade dos Estaleiros, ou ainda da Guarda, com a epopeia da Delphi.
A região precisa de estar unida para vencer a concorrência, num modelo designado por “Coopetição”.
Tal acontece porque os nossos concorrentes empresariais não são empresas isoladas, mas antes regiões que estão unidas pelo sucesso das suas empresas.
No atual contexto, e para que este texto não pareça um manifesto vazio de essência, questiono cada um dos leitores sobre o potencial de união da nossa região.
Será que a nossa tradição agrícola é conciliável com o conhecimento na áreas da eletrónica pelos ex-trabalhadores da Delphi?
Estará a nossa região preparada para responder à produção de peças e equipamentos agrícolas que respondam às novas técnicas de baixa emissão de carbono, tal como foi defendido na Conferência da Castanha e do Castanheiro, em Trancoso, no passado mês de novembro?
Qual será o futuro da produção automóvel, quando cada um de nós que é utilizador de telefones Android está a fornecer à Google informação sobre o trânsito na região onde circulamos?
Será que Aveiro pode colaborar nesta temática com Mangualde? E nós, ficamos a vê-los passar?
O novo ano será igualzinho ao anterior. O que pode mudar é a nossa atitude.
Por: Frederico Lucas