A rede de programação cultural e de produção artística “5 Sentidos”, de que faz parte o TMG, lamenta e repudia o «despedimento sumário» de Américo Rodrigues, a quem o Ministério da Cultura atribuiu «justamente» em 2011 a Medalha de Mérito Cultural.
«Quebrar em Portugal as barreiras físicas e sobretudo simbólicas da interioridade, mobilizar, criar e programar, fazendo da Guarda uma centralidade própria, ao arrepio do discurso pequenino da fatalidade provinciana, constitui um legado que ninguém pode hoje pretender dissolver no ar. Américo Rodrigues mostrou ao longo dos anos que este caminho é possível», refere aquela entidade em comunicado. Na missiva, os nove gestores e programadores das estruturas que integram a rede consideram que o seu afastamento da direção do TMG desperta «sérios motivos de preocupação, não apenas relativamente ao futuro da rede, mas também em relação ao futuro imediato da atividade cultural na Guarda».
Entretanto, na última reunião do executivo, realizada na passada segunda-feira, o vereador socialista José Igreja manifestou alguma estranheza pela forma como Américo Rodrigues foi exonerado da direção do TMG. «Ninguém é insubstituível, mas o diretor do Teatro Municipal, até pelo trabalho que ali desenvolveu, deveria ter tido o direito de audição», disse o vereador, que vai esperar para «ver o que vai ser daquele equipamento». Já Álvaro Amaro reiterou que a decisão foi «um ato de gestão» e acrescentou que a programação e gestão do TMG vão ser feitas pelos funcionários da Culturguarda, que tem «uma direção colegial» após a saída de Américo Rodrigues – já reintegrado na Câmara. De resto, o presidente admitiu que neste momento a autarquia «não tem dinheiro para suportar os custos de programação do TMG».