O PCP celebra hoje o centenário do nascimento de Álvaro Cunhal. O líder histórico dos comunistas portugueses nasceu em Coimbra a 10 de novembro de 1913, mas tinha ligações familiares a Seia, terra do seu pai, Avelino Cunhal, que foi Governador Civil da Guarda entre 1922 e 1924. Naquela cidade serrana viveu a sua infância, antes da família se mudar para Lisboa.
Em 1931 filiou-se no PCP e faz parte da Liga dos Amigos da URSS e do Socorro Vermelho Internacional. Em 1936 entra para o Comité Central do PCP e no ano seguinte é preso pela primeira vez. Licencia-se em Direito em 1940, pela Faculdade de Direito de Lisboa. A 25 de março de 1949, Álvaro Cunhal é preso pela terceira vez, numa casa clandestina do Luso, juntamente com Militão Ribeiro e Sofia Ferreira. Foi condenado e preso na Penitenciária de Lisboa, sendo transferido para a prisão-fortaleza de Peniche em 1958 de onde se evade dois anos depois. Esteve preso onze anos.
Em 1961 é eleito secretário-geral do PCP e no ano seguinte é enviado pelo partido para o estrangeiro, primeiro para Moscovo, depois para Paris onde vive clandestino durante cerca de oito anos. É na capital francesa que a Revolução de Abril o surpreende. Álvaro Cunhal regressa a Portugal a 30 de abril de 1974 e a 15 de maio do mesmo ano é empossado como ministro sem pasta no I Governo Provisório. Mantém o mesmo cargo nos II, III e IV Governos Provisórios.
Em 1975 é eleito deputado à Assembleia Constituinte e até 1992, altura em que se afasta da liderança do PCP, é eleito deputado à Assembleia da República, por Lisboa, em todas as eleições legislativas (1976; 1979; 1980; 1983; 1985; 1987). Só por curtos prazos ocupará esse lugar.
Em 1982 torna-se membro do Conselho de Estado, cargo que abandona em 1992, no ano em deixa de ser secretário-geral do PCP, cargo que passa a ser ocupado por Carlos Carvalhas. Nesse ano é eleito pelo Comité Central para o então criado cargo de Presidente do Conselho Nacional do PCP.
Álvaro Cunhal morreu a 13 de junho de 2005, em Lisboa.
O PCP organizou para hoje concentrações em quatro locais de Lisboa, que culminam no Campo Pequeno num comício de homenagem ao antigo líder do partido. O centenário do nascimento do Cunhal foi assinalado com largas centenas de iniciativas ao longo deste ano, nomeadamente no distrito da Guarda, e vai culminar com uma sessão evocativa da histórica fuga da prisão do Forte de Peniche, a 4 de janeiro.
