A Câmara Municipal da Guarda reclamou na semana passada o cumprimento da função social dos CTT junto das populações e garantiu que vai estar ao lado das Juntas de Freguesia do município na defesa da manutenção das estações de correios. A posição foi assumida pelo vereador Esmeraldo Carvalhinho numa reunião promovida pelo Governo Civil da Guarda entre a Direcção dos Correios do Centro e autarquias municipais e locais.
A reunião visava discutir o protocolo assinado entre os CTT e a Associação Nacional de Juntas de Freguesias (ANAFRE), que prevê a transferência dos serviços de correios para as Juntas de Freguesia. O vereador explicou que a posição assumida no encontro teve em conta que «para se poderem substituir aos CTT de uma forma condigna, as Juntas de Freguesia têm que ter um protocolo devidamente negociado e discutido caso a caso, porque distribuir correio e fazer serviço dos CTT numa freguesia de 400 habitantes não é a mesma coisa que fazê-lo numa freguesia com dois mil ou três mil habitantes». Considera, por isso, que «não é a atribuição de 450 euros que vai pagar esta prestação de serviço pela Juntas», anunciando que o município da Guarda vai estar junto das Juntas de Freguesia a defender a manutenção destes serviços nas localidades onde estão implantados. «Não queremos um Estado rico com uma população pobre, os CTT têm um fundamento social da sua actividade e é essa função que tem de ser cumprida», adiantou Esmeraldo Carvalhinho.
O director dos CTT do Centro, Carlos Moura, afirmou aos jornalistas que nesta reunião «não se tratava propriamente de convencer as pessoas» sobre a transferência dos serviços de Correios, mas antes de um «encontro promovido pelo Governador Civil da Guarda entre os CTT e Juntas de Freguesia» para esclarecer o protocolo assinado com ANAFRE e o contrato de prestação de serviços que está a ser feito com as freguesias. «Nesta área, a Guarda é dos distritos da região Centro onde este processo está a correr muito bem», disse aquele responsável, realçando existir 23 estações para contratação dos serviços de atendimento, 16 dos quais já estão resolvidos. Declarações já contestadas por Zulmiro Almeida, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações (SNTCT), para quem «há muitas freguesias que não aceitam a transferência dos serviços de correios». De resto, o sindicalista revelou que o jornal “Correios on-line”, dos CTT, já anunciou a supressão das estações de Vilar Torpim (Figueira de Castelo Rodrigo), Celorico da Beira-Gare e Alverca da Beira (Pinhel), situação com a qual o SNTCT não concorda e vai apelar «para que as populações manifestem a sua revolta face a esta perda».