José Manuel Biscaia está de regresso à presidência da Câmara de Manteigas. Após um mandato de interregno, o social-democrata, que presidiu ao município durante 16 anos, derrotou Esmeraldo Carvalhinho, que o tinha destronado em 2009. Desta vez, apenas 50 votos separaram os dois candidatos mais votados no concelho serrano.
O novo presidente não estranha a vitória do último domingo, sustentando que «não teria concorrido se não achasse que tinha o mínimo de chances». Escusando-se a muitos comentários, até porque quer «reconciliar e não fazer ruturas», o social-democrata considera que «não é muito comum» o que se tem passado nas autárquicas em Manteigas: «Fui presidente durante quatro mandatos consecutivos, perdi o quinto e, quatro anos depois, sou novamente eleito. A minha leitura é que os eleitores constaram que a mudança ocorrida em 2009 não foi para melhor e reconheceram agora que havia diferenças qualificadas entre mim e o meu principal adversário», constata, acrescentando que «as Câmaras não se ganham, perdem-se». Novamente no cargo, José Manuel Biscaia, de 63 anos, espera «não defraudar as expetativas dos eleitores» e assume que vai cumprir o que prometeu, nomeadamente a construção do Centro de Energias Renováveis e o envolvimento da UBI e o IPG no ninho de empresas.
A reabilitação urbana, sobretudo no centro histórico, é outra aposta que pretende concretizar de forma a recuperar imóveis degradados e dinamizar empresas locais de construção civil. O autarca recém-eleito também não vai deixar o tema dos túneis da Serra da Estrela, uma causa à qual quer juntar os municípios da Guarda, Viseu, Castelo Branco, Covilhã e Seia porque é «um projeto determinante para o desenvolvimento desta região», reitera. De resto, o novo presidente recorda que não vai ganhar «qualquer remuneração» neste mandato, uma vez que é aposentado do Ministério da Saúde. A escassa diferença de votos entre Esmeraldo Carvalhinho e José Manuel Biscaia também se repete na Assembleia Municipal, onde sociais-democratas e socialistas têm o mesmo número de deputados (7). O décimo quinto eleito volta a ser da CDU, trata-se do histórico José Novo de Matos. Apesar das tentativas, O INTERIOR não conseguiu obter uma reação de Esmeraldo Carvalhinho.
Luis Martins