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Bruxelas poderá estar a trabalhar em segundo resgate a Portugal

Comissão Europeia desmente notícia e garante cenário de um novo pacote de ajuda financeira não está em cima da mesa, «nem parcialmente nem de qualquer outra forma».

Considerada impensável há seis meses, a eventualidade de Portugal precisar de um segundo resgate para assegurar o seu financiamento é agora vista em Bruxelas como o cenário mais provável e que já está, aliás, «parcialmente na mesa», noticia hoje o jornal “Público”.

«Muito provável», «praticamente inevitável» e mesmo «largamente inevitável» foram os prognósticos ouvidos pelo diário junto de várias fontes envolvidas no atual programa de assistência financeira a Portugal. No centro desta convicção está a constatação de que muito dificilmente Portugal conseguirá obter nos mercados o financiamento necessário ao funcionamento do Estado a partir do fim do atual programa de ajuda, em junho de 2014.

«Com taxas de juro superiores ao nível considerado insustentável de 7 por cento, a par da ameaça das agências de notação financeira de voltar a degradar o nível de risco da dívida portuguesa, as probabilidades de o país conseguir recuperar nos próximos meses a credibilidade perdida são neste momento consideradas quase nulas», adianta o “Público” na edição de hoje.

Entretanto, a Comissão Europeia já veio negar «perentoriamente» que esteja a trabalhar num novo resgate a Portugal, garantindo que o cenário de um novo pacote de ajuda financeira não está em cima da mesa, «nem parcialmente nem de qualquer outra forma». O porta-voz dos Assuntos Económicos disse à agência Lusa que essa informação é «absolutamente incorreta» e não corresponde ao ponto de vista da Comissão, pois o executivo comunitário está exclusivamente focado na implementação bem sucedida do atual programa de ajustamento.

«As discussões que decorrem em Lisboa (entre as autoridades portuguesas e a “troika”) estão exclusivamente focadas em garantir a implementação bem sucedida do programa acordado para Portugal, de modo a criar as condições para uma retoma económica sustentável e um regresso à criação de postos de trabalho», disse Simon O’Connor, negando que um novo pacote de empréstimos já esteja «parcialmente na mesa», como indica o jornal.

O porta-voz do comissário Olli Rehn garantiu que, além do exame regular em curso do atual programa de assistência a Portugal, «nada mais está sobre a mesa, nem “parcialmente”, nem de qualquer outra forma».

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