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«Para conseguirmos contornar da melhor forma a crise, fomos obrigados a diversificar a nossa atividade e o nosso mercado»

Entrevista efetuada a Ricardo Monteiro Ribeiro, sócio gerente da empresa AMB – Aplicação de Monomassas e Betonilhas, Lda, com sede na Póvoa do Concelho

P – Como Surgiu a AMB?

R – Depois de 12 anos em França, mais concretamente em Paris, a trabalhar na área das aplicações de monomassas, regressei a Portugal para construir a minha própria habitação, trazendo comigo a primeira máquina que me permitiu executar o revestimento exterior da obra.

Surgiram então, nessa altura, muitos pedidos para a execução destes serviços, sendo para mim fácil perceber que havia um enorme potencial nesta área da construção civil em Portugal.

Foi apenas com uma equipa de 3 colaboradores que iniciei, em 18 de Agosto de 1997, na qualidade de empresário em nome individual a minha atividade. Em 2000, constituí a atual sociedade, com a denominação Aplicação de Monomassas e Betonilhas, Lda., conseguindo chegar aos 22 funcionários, atualmente e com o sector da construção em crise ainda mantemos 14 postos de trabalho, sendo um número ainda considerável, tendo em conta o atual contexto.

P – O que deu origem a que a AMB se fixasse aqui na Póvoa do Concelho?

R – Como referi na questão anterior a minha atividade surgiu em Portugal com a construção da minha própria habitação, outro fator importante foi sem dúvida o fator económico e por último mas talvez o mais importante foi também a paixão que sempre temos pelo nosso cantinho, tem muita importância para mim viver na terra que me viu nascer, daí ter decidido ficar pela minha terra Natal.

P – Quais os serviços que a AMB disponibiliza aos seus clientes?

R – A nossa empresa tem pessoal com formação para aplicação de monomassas e todo o tipo de rebocos, areados, estanhados, gessos, isolamentos térmicos em poliestireno expandido (EPS) ou exturdido (XPS), em aglomerado de cortiça e impermeabilizações de terraços, piscinas e reservatórios de água.

Somos neste momento pioneiros na projeção de isolamento térmico projetado em esferovite, para o qual tivemos formação especializada na Weber.

P – Quais são, na sua maioria, os clientes da AMB?

R – Os nossos clientes são na sua grande maioria condomínios, construtores e promotores/construtores, executamos algumas obras para o Estado como é o caso do hospital de Vila Real de Trás-os-Montes e o Hospital de Santa Maria em Lisboa.

Realizamos também muitas obras para particulares e em grande número para emigrantes.

P – Quais as zonas geográficas do país onde a vossa empresa presta os seus serviços?

R – Prestamos os nossos serviços em todo o País mas em maior número é na cidade de Castelo Branco, seguindo-se a Covilhã, Fundão, Portalegre, Oliveira do Hospital, Seia, Guarda, Coimbra e Vila Real de Trás-os-Montes e também em todo o nosso concelho.

Estamos atualmente com algumas obras em França e Espanha, sendo que em França o mercado é consideravelmente maior.

P – A evolução tecnológica decerto tem vindo a provocar alterações na atividade que desenvolvem, pode apresentar alguns exemplos?

R – Desde o início da nossa atividade até aos nossos dias existiu muita evolução.

Iniciámos apenas com a projeção das monomassas e, este período, decorreu durante os 10 primeiros anos, surgiram posteriormente os isolamentos térmicos que vieram a corresponder às exigências regulamentares para o conforto e economia da habitação, sendo hoje regulamentadas pela RCCTE- Regulamento das Características do Comportamento Térmico dos Edifícios.

P – A construção civil tem sido muito afetada pela recessão que o País atravessa, qual é a vossa perceção desta realidade e de que forma vão conseguir ultrapassar estas dificuldades?

R – Para conseguirmos contornar da melhor forma a questão apontada, fomos obrigados a diversificar a nossa atividade e o nosso mercado.

Em primeiro lugar alargámos a nossa atividade com a criação de uma empresa no ramo do Imobiliário, surgindo assim a A.M.B. II Imobiliária, que se dedica a comercializar as obras por nós construídas de raiz, e outras por nós adquiridas e renovadas.

Estamos neste momento a construir na Covilhã e na Póvoa do Concelho, estando já concretizadas algumas vendas.

Deixámos de construir em exclusivo em Portugal e passámos também a construir em Espanha e França alargando desta forma o nosso mercado permitindo-nos continuar com todas as nossas atividades, sem comprometer os bons resultados a que já estamos habituados.

Desta forma pretendo garantir a continuidade da empresa e o futuro da minha filha que está a finalizar o curso de Engenharia Civil.

P – Que planos a vossa empresa tem para o futuro?

R – Os planos para o futuro da nossa empresa passam essencialmente pela renovação das nossas aldeias, vilas e cidades e vamo-nos dedicar especialmente a esta atividade, quase, que, de uma missão se tratasse.

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