O ex-vice-reitor do Seminário do Fundão começa hoje a ser julgado no tribunal local por 11 crimes de abusos sexuais contra crianças, sete contra menores dependentes e um de coação sexual. O padre está em prisão domiciliária numa residência paroquial desde que foi detido pela Judiciária em dezembro passado.
A acusação deduzida em maio pelo Ministério Público indica que, pelo menos, cinco menores, entre os 11 aos 17 anos, terão praticado sexo oral e masturbação ao sacerdote, não havendo registo de atos de penetração. O sacerdorte, de 37 anos, negou sempre as acusações. Caso seja condenado pelos factos que lhe são imputados, Luís Mendes, que é o primeiro padre católico a quem são imputados crimes de pedofilia em Portugal, incorre numa pena de prisão efetiva que vai de um a oito anos. Os menores abusados não vão testemunhar em sede de julgamento, uma vez que prestaram declarações, para memória futura, na presença de um juiz de instrução criminal, do procurador do Ministério Público e do advogado do arguido. O caso foi denunciado pelas vítimas a 5 de dezembro de 2012, algumas das quais deslocaram-se à Judiciária da Guarda acompanhadas dos pais.
Os alegados abusos terão ocorrido nas instalações do Seminário do Fundão, tendo sido ouvidos antigos alunos e funcionários para se tentar apurar a existência de mais casos de abusos. A PJ efetuou ainda uma busca domiciliária em que apreendeu o computador do padre, entre outros objetos pessoais, o qual continha imagens de cariz pornográfico e pedófilo. O suspeito é padre desde 2001, tendo-se notabilizado em atividades ligadas aos jovens e à música, e era vice-reitor do Seminário Menor do Fundão, frequentado por 17 alunos, há dois meses.
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