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Empresários desagradados com obras no Parque Industrial da Guarda

Câmara Municipal garante que pavimentação vai começar na próxima semana

É um cenário desolador aquele que encontramos ao chegar ao Parque Industrial da Guarda, onde as vias continuam por pavimentar e o caminho se faz entre poeira e pedras, com o pó levantado pelos carros a trazer prejuízos às empresas e a tornar o ar quase “irrespirável”. São poucos os trabalhadores que se descortinam naquele espaço, segundo os empresários, mas as obras condicionam praticamente todas as ruas do Parque.

Os empresários continuam preocupados com o cumprimento do prazo da empreitada, que tem influenciado o dia-a-dia das empresas e dos seus funcionários, afetando o normal funcionamento daquele “pulmão” económico do concelho. «Se estas obras fossem no centro da cidade a Câmara permitia o que se está a passar ali? Penso que não», disse o presidente do NERGA – Associação Empresarial da Região da Guarda a O INTERIOR. Pedro Tavares acredita que «o único culpado é o dono da obra, que é a autarquia, e que mostra, mais uma vez, que não liga aos empresários».

Segundo o dirigente, a autarquia tinha «prometido» fazer a obra por fases, «o que não foi cumprido», afirma. «Os prejuízos têm sido enormes; levanta pó e, como todos podem ver, o piso não é regado», critica Pedro Tavares, considerando que «a situação está a tornar-se insustentável». Também Francisco Silva, da empresa Vidreiros Unidos, se mostra descontente com o modo como as obras decorrem: «Se quem está a fazer a obra tivesse consciência do prejuízo que nos dá, isto não estava assim», defende. «A pior rua calhou a ser a minha, pois foi toda aberta enquanto noutras foram só os passeios», lamenta o empresário, assegurando que «já há duas semanas que não vejo trabalhadores nesta rua».

Atendendo às condições da via e depois de sentir dificuldades em entrar com o carro na sua empresa, Francisco Silva não tem dúvidas: «Se não havia dinheiro, não tinham começado, porque estava melhor antes e agora está uma vergonha», reitera. «Chamei cá engenheiros da autarquia, eles dizem que vão concluir mas continua tudo na mesma», garante o empresário. Já o administrador da MS Trans diz que vê a situação com preocupação, pois as obras «têm-se vindo a arrastar e parece que nunca mais têm fim». Segundo Luís Pires, os armazéns da transportadora ficam cheios de pó, o que se soma a outras situações que «se verificam há muito tempo e trazem transtornos». «Eles não levam a obra seguida, vão pegando aqui e ali», reprova.

Confrontada por O INTERIOR com estas queixas, a autarquia adiantou que «o calendário da obra está a ser cumprido conforme o programa de trabalhos», garantindo que «na próxima semana irá proceder-se à pavimentação». Quanto ao pó levantado, a Câmara informa que vai solicitar «ao empreiteiro que a obra seja regada diariamente». Recorde-se que a requalificação do Parque Industrial foi adjudicada à Biosfera – empresa do grupo Baraças – por 509 mil euros, em março do ano passado, com as obras a arrancarem no início deste ano. A empreitada tem um prazo de execução de 300 dias, destinando-se a modernizar as infraestruturas básicas e as ruas, sendo ainda introduzida nova sinalética naquela área industrial.

Sara Quelhas Trabalhos foram adjudicados há mais de um ano por 509 mil euros

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