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Cavaco quer governo de «salvação nacional»

Presidente da República pede compromisso governativo entre PSD, CDS e PS até haver eleições antecipadas, em setembro de 2014.

O Presidente da República não dá posse a novo governo saído das negociações dos partidos da coligação e, ao contrário, reclama um compromisso de salvação nacional entre PSD, CDS e PS – «os partidos que subscreveram o memorando de entendimento», justificou –, mediado por uma personalidade de reconhecido prestígio.

A decisão de Cavaco Silva surpreendeu o país com a sua “solução” para a atual crise política, tanto mais que aceita eleições antecipadas, mas só em setembro de 2014. «O atual Governo encontra-se na plenitude das suas funções», afirmou ontem à noite na declaração que fez ao país, sem alguma vez aludir à proposta que lhe foi apresentada na sexta-feira passada por Passos Coelho, que previa a elevação de Paulo Portas a vice-ministro com amplas responsabilidades governativas e a entrada no Executivo de novos elementos, como Pires de Lima (CDS) e Jorge Moreira da Silva (PSD).

Para o chefe de Estado, por enquanto, o país precisa de um entendimento tripartido na governação, tendo exigido a «adesão voluntária, firme e responsável das forças políticas envolvidas». Os analistas falam em «xeque-mate» aos partidos – aos da atual coligação, e também ao PS, que até agora tem negado a assumir qualquer compromisso de governação sem eleições. Ontem à noite, Cavaco deu também o prazo de um ano a este Governo de “salvação nacional” ao sublinhar que a abertura do processo conducente a eleições antecipadas «deve coincidir com o final do programa de assistência financeira».

De resto, o PR disse-se disponível para estudar com os partidos a solução que propõe, mas avisou que «chegou a hora da responsabilidade dos agentes políticos. As decisões que forem tomadas nos próximos dias irão condicionar no futuro dos portugueses durante vários anos». Na sua alocução, Cavaco Silva deixou também indicações sobre as políticas que considera essenciais a «médio prazo», como a sustentabilidade da dívida pública, o controlo das contas externas, a melhoria da competitividade da economia e a criação de emprego.

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