Os proprietários do Real Forte de la Concepción, situado em Aldea del Obispo, desconhecem qualquer proposta de aquisição do imóvel por parte de investidores portugueses. Os donos do edifício desmentiram, através de um comunicado enviado esta semana a “O Interior”, qualquer contacto e adiantaram que apenas tiveram conhecimento do interesse luso pelos meios de comunicação social, uma vez que «ninguém desse grupo empresarial entrou em contacto connosco». E recordam que apenas Jesús Lanchas, em nome da Associação de Desenvolvimento local Raia Seca, os abordou para saber se a fortificação estava à venda.
«Esse é o único contacto concretizado para falar da eventual venda do Forte de la Concepción», reiteram, recordando terem interposto um recurso contencioso-administrativo contra a Junta de Castilla y León devido a algumas intervenções já realizadas na fortaleza fronteiriça e outras previstas. O documento refere ainda que as famílias proprietárias manifestaram «reiteradamente» a sua disponibilidade em vender o forte à Junta, contudo, esta «nunca se definiu sobre o assunto depois de vários contactos, o que evidencia o interesse que o Governo regional tem em relação ao futuro deste monumento». Contudo, os empresários interessados não foram além de um pedido de informações ao alcaide de Aldea del Obispo, por haver dificuldades em localizar os donos, e de «propostas concretas» a um gabinete de projectos em Salamanca. Mas os últimos desenvolvimentos apontavam para a «extrema dificuldade» em intervir no Forte Real de la Concepción, que carece de autorização dos Museus Nacionais, uma situação tanto mais condicionada que a propriedade do imóvel «não está bem definida». Pelo que a proposta de transformação do monumento em pólo de turismo cultural e histórico está para já posta de parte.
Segundo “O Interior” noticiou em Setembro último, esta atitude portuguesa devia ser sobretudo entendida como uma «provocação por uma boa causa», explicou Adriano Vasco Rodrigues, historiador e porta-voz dos empresários, garantindo, no entanto, que o interesse nesta fortaleza do século XVII era «sério». Os portugueses esperavam contribuir pelo menos para alertar os vizinhos para o «surpreendente» estado de degradação em que se encontra o imóvel em território espanhol, na orla fronteiriça com Portugal, no concelho de Almeida. A descoberta de uma placa dizendo “Vende-se” fez o resto e fez surgir ideias. É que o objectivo inicial era transformar a zona do forte actualmente à venda num pólo de turismo cultural e histórico, disponibilizando aos visitantes alojamento, espaços museológicos e de exposições sobre a história militar, mas também uma área para seminários, restauração e estruturas de apoio, como bar e postos de venda de produtos locais e alusivos à fortaleza.