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Rui Quinaz reclama demissão de Carlos Gonçalves

Conselho de Jurisdição Distrital anulou convocatória para eleições antecipadas, mas recurso segue para Lisboa

A decisão do Conselho de Jurisdição Distrital de anular a convocatória de eleições antecipadas na concelhia da Guarda do PSD vai ser impugnada pelo presidente da mesa do plenário. Carlos Gonçalves terá esta semana contestado aquele parecer para o órgão nacional decidir, desconhecendo-se até à hora do fecho desta edição os argumentos invocados. De resto, o momento é de grande contenção no seio da família social-democrata guardense, onde se aguarda, contudo, por uma decisão rápida do Conselho Nacional de Jurisdição para realizar eleições a 15 de Fevereiro.

Rui Quinaz foi o único a quebrar esta “regra” e já pediu a demissão de Carlos Gonçalves. Numa conferência de imprensa realizada terça-feira ao final da tarde, o dirigente da concelhia considerou que o presidente da mesa devia «demitir-se imediatamente em vez de recorrer». A razão é simples: «Neste momento, não há eleições antecipadas porque o Conselho de Jurisdição Distrital anulou a convocatória. É uma decisão justa e prudente, que, aliás, sempre entendemos inevitável», garante Quinaz, para quem este parecer tem efeitos imediatos e é o «culminar de um longo e nebuloso» processo eleitoral. Tanto assim que o presidente da concelhia considera que a realizar-se esse escrutínio a 15 de Fevereiro, ele estaria «sempre inquinado de ilegitimidade democrática, por isso espero que isto não aconteça». Quem não demorou a mostrar-se disponível para a presidência da concelhia foi Couto Paulo. O actual director do Centro Regional de Segurança Social lidera uma lista, apoiada por Ana Manso, onde imperam alguns dos elementos da direcção de Quinaz, caso de José Cunha, Carlos Gonçalves, Zita Moreira, Isabel Couto e Alfredo Freire. Uma composição que não surpreende o ainda presidente da estrutura guardense do PSD, que, no entanto, recusa-se a comentar nomes.

Mas a lista não agrada a todos e já há quem ache que os «tachistas e os emprego-dependentes de Ana Manso já estão a caminho do poder, o que vai ser muito mau para o PSD da Guarda», disse um militante contestatário que pediu anonimato. Rui Quinaz não se quer envolver por enquanto nestas quezílias, mas admite que será candidato à concelhia em eleições em Setembro e com a condição do partido encontrar «uma solução credível e ganhadora à Câmara da Guarda». Só que o dirigente não esclarece se essa definição se aplica a Ana Manso, dizendo antes que a célebre declaração de apoio à recandidatura da actual vereadora em Dezembro último foi apenas um «acto institucional». E esclarece: «O que quis dizer foi que contava com o empenho de Ana Manso para escolher um nome ganhador para a autarquia», admitindo ter sido «mal interpretado» pela comunicação social presente no jantar de Natal dos social-democratas. Quinaz considera, por outro lado, que neste momento ainda não há candidatos à Câmara, existindo antes «intenções pessoais» de determinadas pessoas. «Admito que Ana Manso é uma candidata, como eu ou outro poderão ser. No entanto, o que importa é escolher a pessoa certa e ainda temos muito tempo para isso. Mas com o PSD fracturado, não temos possibilidades de ganhar a Guarda», avisa, considerando estar a «fazer o melhor» para o partido, embora ainda não tenha visto «a mesma boa vontade» noutros militantes e dirigentes.

Luis Martins

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