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Um domingo no Hospital Sousa Martins

Sensibilidades

Já há uns meses que não escrevo no “O Interior” negligenciando, é certo, o compromisso assumido com o meu amigo Luís Baptista Martins e com a equipa do jornal. Não foram arrufos, nem má vontade, apenas falta de tempo.

Porém, urge recomeçar a escrever e a intervir. Hoje vou falar um pouco sobre o Hospital de Sousa Martins. O tema é recorrente mas infelizmente nunca gasto.

É sabido que os doentes têm direito à prestação de informação acerca do seu estado de saúde. É também sabido que este direito se estende aos acompanhantes, familiares do doente. É por isso que no serviço de urgências do Hospital de Sousa Martins funciona um gabinete de Relações Públicas. O referido gabinete só funciona em horário de expediente. Aos fins-de-semana, quando o gabinete está encerrado, a informação não chega ou chega deficientemente aos acompanhantes dos doentes.

É óbvio que o direito à informação persiste não obstante o facto de o gabinete de relações públicas se encontrar encerrado.

Assisti no fim-de-semana passado, paciente e atentamente, à aflição e revolta de muitas famílias que diziam nada saberem (há horas e num caso, há 24 horas) dos seus doentes e a quem era vedada quer pelos senhores seguranças, quer pelos senhores funcionários da secretaria, a solicitação e obtenção de qualquer informação.

Compreendo que aos senhores seguranças e aos senhores funcionários da secretaria não compete solicitar e prestar informação clínica.

Contudo, não compreendo, nem aceito que não haja uma forma eficiente de prestar informações no serviço de urgências mesmo nos fins-de-semana. A imagem do Hospital também se conquista na relação que se estabelece com quem acompanha os doentes.

O que vi e ouvi no domingo não me agradou, acabou por prejudicar a imagem do trabalho sério exercido por médicos e enfermeiros.

O que sobressaiu foi a desorganização, a ineficiência e o desinteresse pelos outros.

Por: Paula Camilo

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