Num dos confrontos mais aguardados da jornada, principalmente pela posição dos dois clubes na tabela classificativa, o Mileu-Guarda levou a melhor ao vencer por 2-0. Uma vitória justa, apesar da boa réplica do Desportivo de Trancoso. Começou melhor a equipa da Guarda, com um lance de perigo logo no primeiro minuto, mas, na marcação de um livre, Barata rematou à figura de Hélder. No minuto seguinte, o Trancoso respondeu ao lado. Aos 10’, Rui Ascensão perdeu uma oportunidade soberana para inaugurar o marcador. Depois de evoluir bem pela esquerda do seu ataque, entrou na área e à saída de Sampaio, o número 10 trancosense simulou o remate mas optou pelo chapéu à trave.
O jogo estava dividido, mas com maior pendor atacante da parte do Mileu, cuja postura mais consistente e o maior poder de choque empurrou o adversário para zonas mais recuadas obrigando-o a cometer algumas faltas a meio campo. Aos 37’, na sequência de uma infracção cometida a meio da intermediária defensiva forasteira, Ferreira cobrou a falta com a bola a seguir, quase teleguiada, para a cabeça de Pirri que prolongou para o miolo da área, onde apareceu Barata, livre de marcação, a cabecear para o golo inaugural. Contudo, os visitantes não acusaram a desvantagem e, até ao final da primeira parte, o domínio continuou a pertencer aos anfitriões. Já a etapa complementar foi bastante diferente. O Desportivo de Trancoso entrou determinado a virar o rumo dos acontecimentos e o domínio pertenceu-lhe quase por inteiro. Uma situação algo consentida, pois o Mileu começou a defender em bloco, mantendo apenas na frente de ataque Pirri e Pedro Francês, o que dificultava o avanço das defesas forasteiras.
Ainda assim, Quim podia ter empatado a partida aos 61´ num chapéu que saiu sobre a barra. O maior pendor ofensivo do Trancoso manteve-se quase até ao final do desafio mas sem resultados práticos. Antes pelo contrário, aos 93´, na sequência de um pontapé de canto a beneficiar o Trancoso, João Almeida conseguiu recuperar o esférico e partiu em contra-ataque. Depois de ultrapassar o meio campo, o jovem central desmarcou Acelino que não teve dificuldades em bater pela segunda vez o guardião Hélder. O árbitro Luís Brás teve um trabalho muito próximo da nota máxima.
António Fonseca, “Jogo Limpo”, Rádio F