A zona da Covilhã tem os mais elevados preços de habitação na Beira Interior, enquanto a região da Guarda tem os valores mais baixos, conclui um estudo da Universidade da Beira Interior conhecido no final da semana passada. O trabalho do Observatório para o Desenvolvimento Económico e Social (ODES) da UBI analisa os valores da avaliação bancária das habitações, divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) ao longo de sete trimestres (os quatro de 2002 e os três primeiros de 2003) nos distritos de Castelo Branco e Guarda.
Na globalidade das NUT’s (Unidades Territoriais para fins estatísticos) abrangidas (Beira Interior Norte, Beira Interior Sul, Cova da Beira e Serra da Estrela), a avaliação de cada metro quadrado de construção atinge uma média de 847 euros. Na Cova da Beira, onde o concelho da Covilhã detém uma posição preponderante, a média atinge os 903 euros por metro quadrado, ou seja, é 6,1 por cento mais caro que no conjunto da Beira Interior. Em contraste, o concelho da Guarda, que polariza os municípios da Beira Interior Norte, tem os valores mais baixos dos dois distritos, com uma média de 811 euros por metro quadrado, ficando mesmo abaixo dos municípios da NUT da Serra da Estrela (Seia e Gouveia), onde a média do valor de construção, por avaliação bancária, se situa nos 834 euros por metro quadrado. O concelho de Castelo Branco, núcleo central dos municípios da Beira Interior Sul, tem um valor 4,1 por cento superior à média da Beira Interior, situando-se nos 888 euros por metro quadrado. Segundo o director do ODES e docente da UBI, Pires Manso, os valores na Covilhã e na Cova da Beira estão em alta, porque «os bancos avaliam em valor superior onde a procura é maior que na área envolvente». Apesar do estudo não incluir o número de imóveis transaccionados, os valores de avaliação dos bancos são «suficientes para se perceber que a Covilhã tem a habitação mais cara da Beira Interior», disse. Ainda segundo o documento do ODES, os valores médios por metro quadrado em qualquer das NUT da Beira Interior são inferiores à média do continente e até inferiores à média da região Centro.