Se optar por apanhar na Guarda o Sud Expresso/Lusitânia Comboio Hotel em direção a Hendaye ou Madrid vai ter de aceder à plataforma pelo portão lateral e, muito provavelmente, passar frio. Isto porque a sala de espera está fechada ao público entre as 23 horas e as 6 da manhã, horário que não acarretava qualquer problema até há cerca de três meses.
Nessa altura o Lusitânia Comboio Hotel, ligação noturna entre Lisboa e Madrid, foi transferido para a linha da Beira Alta, começando a parar na Guarda já depois do fecho da sala. A situação complicou-se no início do mês passado, quando a CP uniu este comboio ao Sud Expresso, cujo horário passou então a ser noturno, atingindo mais utentes. Quem agora quiser recorrer à ligação internacional partindo da Guarda, apanha o comboio à 1h38 em direção a Hendaye/Madrid e às 2h54 em sentido inverso. É em Medinal del Campo (Espanha) que se separam ou se unem as duas composições, consoante os destinos de viagem, que a CP juntou para poupar dinheiro. Susana Abrantes, diretora de Comunicação e Relações Internacionais da REFER, responsável pelo espaço, informou O INTERIOR que esta entidade está a «analisar, em conjunto com o operador CP, a viabilidade de prolongar o horário de funcionamento».
A realidade local, que se repete «noutras estações por onde passa o serviço», é agravada pelo frio, fator que não se verificava no início da mudança e é mais acentuado na Guarda que noutras zonas do país, refere. A responsável salienta que «há a vontade de solucionar esta dificuldade, mas não temos até ao momento dados de utilização suficientes para estudar a melhor forma de agir». Atendendo aos espaços que integram a sala de espera, Susana Abrantes lembra que «não é possível ter o espaço aberto sem alguém responsável, não esquecendo os outros custos como a eletricidade. É importante perceber como responder às dificuldades das pessoas, tendo em conta os diversos fatores».
Confrontado com esta situação, Joaquim Valente considera que o problema está relacionado com os cortes nas empresas públicas. «A Câmara pode protestar, mas a gestão financeira é feita por estrangeiros ao país», ironizou, numa alusão à “troika”, não sem antes admitir que são os cidadãos e a Guarda «os mais prejudicados com esta decisão».
Sara Quelhas
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