Chanceler alemã está hoje em Lisboa, onde é esperada por várias manifestações.
A chanceler alemã, que está hoje em Lisboa, acredita que o programa de ajustamento de Portugal «está bem estruturado» e irá dar resultados no futuro, afastando a necessidade renegociar o seu conteúdo, bem como de conceder mais tempo ao país e avançar para um segundo resgate.
Em entrevista à RTP ontem à noite, Angela Merkel reconheceu que a «mera austeridade não é suficiente» e lembrou que a Alemanha não é a responsável pelas medidas que estão no programa de Portugal. Contudo, a dirigente enalteceu a «coragem» com que o Governo português tem implementado o ajustamento financeiro, manifestando «o maior respeito» pelo que está a ser feito no país.
«Portugal cumpriu muito bem os compromissos assumidos. Por isso, estou convencida que o resultado será bom, mas a dificuldade está nas reformas, que precisam de tempo para ter efeito», afirmou Merkel, recusando que haja a necessidade de dar mais tempo para Portugal implementar o seu programa de ajustamento. «Estas medidas são o resultado da convicção de que Portugal tem de fazer reformas, combater o défice e reforçar a base económica», acrescentou.
Lembrando que as mudanças dolorosas não produzem efeito de um dia para o outro, Angela Merkel mostrou-se convicta que «haverá um futuro melhor para Portugal». Sobre a visita a Portugal, disse ser «uma contribuição» para mostrar que a Alemanha «quer ajudar» e «para ver o que se pode melhorar na cooperação entre empresas para gerar mais empregos, para que baixe o desemprego juvenil e haja força económica em Portugal». E acrescentou: «Nós, alemães, vamos continuar a apoiar Portugal, Espanha e outros países. Fazemos isso porque também é bom para nós termos uma Europa comum».
