O Festival de Vinhos do Douro Superior, que terminou no domingo em Vila Nova de Foz Côa, vai regressar no próximo ano devido ao sucesso da primeira edição. A garantia foi deixada pelo presidente da autarquia, para quem o evento «excedeu todas as expetativas em termos de participação e de visitantes», cerca de 6 mil, segundo a organização.
Gustavo Duarte considera que esta iniciativa era «uma lacuna que importava preencher porque o vinho é a nossa principal produção, a par da amêndoa e do azeite, todos produtos de excelência e cuja qualidade tem sido galardoada internacionalmente». O edil sublinha mesmo que o festival permitiu «conhecer melhor os nossos valores, o que nos distingue nesta área e confirmar que a qualidade do vinho aqui produzido não receia comparações com quem quer que seja», concluindo que Vila Nova de Foz Côa é «a alma do Douro». Estiveram presentes mais de 50 produtores individuais e adegas dos seis concelhos que constituem a sub-região vinícola do Douro Superior (Carrazeda de Ansiães, Figueira de Castelo Rodrigo, Foz Côa, Freixo de Espada à Cinta, Mêda, S. João da Pesqueira e Torre de Moncorvo) e mais de 200 vinhos, alguns dos quais figuram entre os mais reputados do país. Nos três dias do evento houve provas comentadas, visitas a produtores, um colóquio e um concurso de vinho, tudo para que não fiquem dúvidas sobre a singularidade dos néctares aqui produzidos.
De resto, nesta primeira edição o Conceito branco 2010, Quinta do Vale Meão tinto 2009 e o Butler Nephew & Co Porto tawny 40 anos foram eleitos os “Melhores Vinhos” do Douro Superior nas respetivas categorias. O concurso contou com 150 referências em prova cega e o júri destacou a «elevada qualidade» dos vinhos provados, tendo atribuído nove medalhas de ouro, 16 de prata e outras tantas de bronze. Posteriormente, os vinhos de “ouro” voltaram a ser alvo de uma prova cega para se encontrarem os melhores do Douro Superior. O júri era composto por 16 elementos, entre jornalistas da especialidade, distribuidores, donos de garrafeiras e restaurantes, portugueses e espanhóis. «Os resultados confirmam a Quinta do Vale Meão, construída em finais do século XIX pela mítica Ferreirinha, como um dos projetos mais consistentes do Douro atual e trazem para primeiro plano um dos projetos mais jovens e promissores desta região, o Conceito Vinhos, liderado pela enóloga Rita Marques», refere a organização.
Por outro lado, «destacam o Douro Superior como uma sub-região voltada para a produção de vinhos DOC», sendo que das 150 amostras em concurso, 80 por cento eram vinhos tintos. Já a categoria de Portos foi a menos participada, por serem poucos os vinhos do Porto produzidos exclusivamente com uvas do Douro Superior, «uma das exigências do regulamento do concurso».
Luis Martins