A Assembleia de Freguesia de São Miguel da Guarda está contra a criação de uma única Junta na cidade, que teria a sua sede no edifício do município, conforme defende a comissão criada no seio da Assembleia Municipal para analisar o assunto.
Reunida na última segunda-feira, aquele órgão sustenta que a Lei nº 22/2012, em que a Comissão se baseia para defender a fusão das três Juntas, «enferma de uma observação forçada e bastante redutora do texto legal que no seu próprio articulado possibilita outras formas de reorganizar o território», nomeadamente que «pode ser alterada a proporção entre as freguesias urbanas e as rurais». Num documento enviado às redações, e assinado pelo presidente da Assembleia Peres de Almeida, invoca-se ainda «a especificidade» da própria freguesia da Guarda Gare, «seja pelo seu tecido económico, desenvolvimento demográfico, existência de várias associações, localização geográfica, com o entroncamento de duas autoestradas e de duas linhas ferroviárias». Outro ponto destacado são as escolas e serviços de saúde «que já hoje servem os cidadãos da freguesia e de freguesias limítrofes». Por isso, a Assembleia de Freguesia manifesta a sua «insatisfação» perante a proposta apresentada, aguardando que na próxima reunião conjunta possa haver «maior lucidez» na análise à lei e que seja tida em conta «a importância territorial que a freguesia tem no contexto do concelho».
Caso as suas pretensões não sejam aceites, a Assembleia de Freguesia irá realizar um «conjunto de ações de esclarecimento junto da população e das entidades públicas, privadas e associativas» para viabilizar a permanência da freguesia enquanto «entidade publica-administrativa autónoma». Contactado por O INTERIOR, o presidente da Junta, que reuniu na última sexta-feira com o presidente da Assembleia Municipal da Guarda, João de Almeida Santos, e os dois autarcas das restantes Juntas urbanas, considera que esse encontro foi «triste, porquanto o argumento da lei voltou a estar em cima da mesa como a única razão para esse desiderato». João Prata adianta que «os outros presidentes não concordam com a lei, mas aceitam que se faça a junção e sugeriram mesmo que a sede seja na Câmara da Guarda». De resto, quer acreditar que «o bom senso e o equilíbrio possam subsistir e que a Comissão apresentará outra proposta», lamentando que João de Almeida Santos se tenha mostrado «irredutível na releitura da lei». Entretanto, foi convocada uma nova reunião que estava agendada para a manhã de ontem.
Ricardo Cordeiro
Comentários dos nossos leitores | ||||
---|---|---|---|---|
|
||||
|
||||