Rui Quinaz acusa o PS de estar a fazer «negociações secretas» para evitar que freguesias cujas Juntas são atualmente daquele partido se agregrem com localidades onde o PSD venceu nas últimas autárquicas. A denúncia marcou a última reunião do executivo da Câmara da Guarda, realizada na segunda-feira, mas foi prontamente refutada pela maioria socialista.
A intervenção do vereador social-democrata surpreendeu tudo e todos e deu exemplos, como o de Albardo, cuja proposta é de agregação a Pousade em vez de Vila Fernando, «uma decisão que não tem lógica territorial e social», considerou, estranhando também a possível agregação de Pousade a Casal de Cinza. «São acordos contra natura. O que está em causa para o PS é apenas a contabilidade de votos, pois Vila Fernando e Casal de Cinza são do PSD», declarou Rui Quinaz. No caso das freguesias urbanas, o vereador lamentou que se opte por manter apenas uma Junta «sem ter em conta as especificidades de São Miguel [liderada pelo social-democrata João Prata]». A maioria socialista também não escapou às críticas, com o eleito social-democrata a considerar que «“lavou as mãos como Pilatos”» ao entregar o processo de extinção/agregação de freguesias à Assembleia Municipal (AM) – onde foi criada uma comissão com representantes de todos os partidos e dos presidentes de Junta para apresentar uma proposta.
O documento final vai ser apresentado na sessão de setembro, mas Rui Quinaz propôs que a Câmara fizesse uma recomendação à mesa da AM para o assunto fosse analisado numa sessão extraordinária, contudo, a sugestão foi rejeitada. Na resposta, Virgílio Bento, que presidiu à reunião devido à ausência de Joaquim Valente, afirmou que «não há nenhuma negociação secreta» entre Juntas do PS e recordou que a lei «dá competência à AM» nesta matéria. O vice-presidente lembrou ainda que o executivo deliberou emitir um parecer sobre a proposta apresentada pela AM «e assim fará». Nesta sessão, dominada por pedidos de isenção de licenças para festas, Rui Quinaz lamentou-se ainda de a cidade ter sido «um marasmo» no Verão, responsabilizando a maioria PS pela situação. «Vivemos uma paralisia total do município por causa da apatia do executivo. Os senhores não têm projetos de coisa nenhuma», sustentou.
A propósito, citou o caso do miradouro na Avenida dos Bombeiros Voluntários Egitanienses, «um espaço de desmazelo, cheio de entulho, e que é o exemplo da negligência e apatia deste executivo». No entanto, Virgílio Bento adiantou que a obra da rua Lopo de Carvalho ainda não está completa e revelou que a autarquia notificou o empreiteiro para concluir a empreitada. «Caso contrário, avançaremos para a rescisão do contrato», disse, prometendo que o espaço do miradouro será limpo e «requalificado» assim que os trabalhos terminarem.
Luis Martins
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