Um golo de Picas, à passagem da hora de jogo, assegurou uma importante vitória da Desportiva de Manteigas sobre o Ginásio Figueirense, num dos grandes jogos da 12ª jornada do Distrital da Iª Divisão da Guarda. A turma de Figueira de Castelo Rodrigo voltou assim a tropeçar, depois da goleada da ronda anterior ter interrompido uma série de três jogos sem vencer, enquanto os comandados de Tó Real aproximaram-se da liderança, agora ocupada pelo vizinho Gouveia, que beneficiou da derrota caseira do Trancoso.
José Henriques procedeu a várias alterações tácticas no Figueirense que deixam algumas dúvidas quanto à sua eficácia, nomeadamente a adaptação de Zé Santos a defesa direito e o avanço de Luís Paulo para médio ala do mesmo flanco. Num jogo muito equilibrado e disputado a meio-campo, foi a equipa forasteira que conseguiu criar as melhores oportunidades no primeiro tempo, nomeadamente através de Paulo Jacinto, que jogou como ponta-de-lança devido à lesão de Bruno Coutinho. Contudo, o avançado, ex-Almeida, não teve uma tarde inspirada e, em boa posição por várias vezes, nunca conseguiu acertar na baliza defendida por Sérgio Nogueira. Assim aconteceu aos 8’, 13’ e 24’. Quanto ao Manteigas, apenas por uma vez (10’) criou perigo para a defensiva figueirense no primeiro tempo, com Cláudio, de livre directo, a obrigar Bruno a aplicar-se.
No segundo tempo, o Figueirense entrou melhor e parecia decidido a marcar, mas, três minutos após o reatamento, Paulo Jacinto continuou o seu “festival” de golos perdidos ao atirar muito por cima depois de uma boa assistência de Silva, que, aos 54’, quase aproveitou uma desatenção da defensiva serrana para inaugurar o marcador, mas cabeceou ao lado. Na resposta, Nuno Serra arrancou um grande pontapé ao poste esquerdo da baliza de Bruno, completamente batido. Até que, aos 62’, o Manteigas marcou o único golo da partida. Pedro Dias apontou um livre no lado esquerdo para Rui Reis surgir ao segundo poste, assistindo Picas que, na cara de Bruno, não falhou. O Figueirense acusou o golo e nunca mais conseguiu encontrar-se, pertencendo ao Manteigas as melhores oportunidades para voltar a marcar. A mais flagrante ocorreu aos 77’, com Nuno Serra a voltar a acertar em cheio no poste, sendo imitado por Picas, que ainda conseguiu rematar de novo para defesa de Bruno. Já no segundo dos seis minutos de descontos, Mário Carvalho rematou forte, obrigando o guardião figueirense a nova boa defesa. O jovem árbitro Luís Brás realizou um trabalho aceitável, embora tenha permitido que algumas entradas mais ríspidas passassem sem punição.
No final da partida, Tó Real ficou satisfeito com o triunfo: «No início, a minha equipa não esteve bem, mas na segunda parte melhorámos e com a entrega e dedicação dos jogadores conseguimos conquistar uma vitória inteiramente merecida», sublinhou. Da parte do Figueirense falou Mário Jorge Quadrado, presidente da direcção, que se queixou das oportunidades perdidas, já que o Ginásio «falhou vários golos», enquanto «o Manteigas falhou menos e marcou o golo». Na próxima ronda, o Figueirense tem outra deslocação complicada ao terreno do Sporting da Mêda, que está a apenas dois pontos do Ginásio, ao passo que o Manteigas vai a Figueiró da Granja.
Ricardo Cordeiro