Arquivo

Hotel de Gouveia já foi vendido a grupo holandês

Novos proprietários vão implementar várias mudanças no funcionamento da unidade hoteleira

O Hotel de Gouveia foi finalmente vendido a um grupo holandês. Depois de demoradas negociações entre as duas partes, o acordo foi obtido durante a semana passada, por montantes que os intervenientes preferem não revelar. A nova gerência, que já assumiu funções, vai proceder a várias alterações no funcionamento da única unidade hoteleira da “cidade-jardim”, entre as quais se contam a oferta de serviço de sauna, “jacuzzi” e a construção de uma piscina.

«Decidimos avançar para a compra do Hotel de Gouveia porque soubemos que estava à venda e parece-nos um investimento atractivo», revela Maria de Lurdes Valentim, a nova proprietária da unidade hoteleira que possui 45 quartos e três suites. Este negócio foi marcado por constantes avanços e recuos, normais nestas ocasiões, como «acontece com todas as negociações», sublinha a nova gerente, adiantando que vão ser feitas algumas mudanças no modo de funcionamento do hotel, as mais significativas das quais ocorrerão durante o ano de 2004. Nestes primeiros dias, a única alteração prende-se com o facto do serviço de restaurante passar a estar aberto todos os dias da semana. «A partir de Janeiro é que vai haver mais algumas mudanças», promete, referindo nomeadamente a «alteração» da fachada do edifício e a criação de um espaço de “piano bar”, para além de estar prevista a instalação de saunas e de jacuzzis. A construção de uma piscina também está nos planos da nova gerência. Mudanças que são para se «ir fazendo por etapas», frisa. Para já, os primeiros dias estão a correr bem aos novos responsáveis, pois as previsões de ocupação para a Passagem de Ano apontam para uma taxa de «100 por cento», indica Maria de Lurdes Valentim.

Januário Cunha, pai do ex-proprietário do Hotel de Gouveia, confirmou que a venda da unidade «já é um facto consumado», embora a escritura ainda não tenha sido feita, mas «já há um pré-acordo», adianta. «As negociações foram um bocadinho difíceis», pelo que teve que haver «cedências de ambas as partes», explica. Na edição de 20 de Novembro de “O Interior”, Januário Cunha indicou que o grande motivo que levou à decisão de venda da unidade hoteleira ficou a dever-se à «debilidade física e de saúde dos donos», principalmente do seu filho, André, a quem tinha entregue a unidade antes do negócio agora concretizado. O Hotel de Gouveia foi inaugurado há cerca de 20 anos, tendo vindo colmatar grandes carências no domínio da hotelaria, que na altura se faziam sentir na “cidade-jardim”. Com uma grande procura nos pontos mais altos do turismo de Inverno e das quadras festivas, que contrastava com a reduzida taxa de ocupação nos períodos “mortos” do resto ano, os seus responsáveis decidiram-se pela sua ampliação e remodelação de forma a aumentar a capacidade de resposta face à solicitação daquelas épocas do ano. Assim, há seis anos atrás, o edifício foi alvo de algumas obras de restauro e de ampliação que lhe vieram dar um traço arquitectónico mais agradável. Criar mais equilíbrios financeiros na sua gestão e exploração ao longo do ano foi um dos objectivos desta modificação que abriu um novo ciclo na unidade hoteleira que se fechou na última semana com a mudança dos destinos para as mãos do consórcio holandês.

Ricardo Cordeiro

Sobre o autor

Leave a Reply