A Toiguarda – Comércio de Veículos, Lda, empresa do grupo Gonçalves & Gonçalves, que operava em Vale de Estrela (Guarda) e Fundão, tem a “lay-off” suspensa e há trabalhadores com salários em atraso relativos aos meses de maio e de junho. A denúncia foi feita na semana passada pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Centro-Sul e Regiões Autónomas e a administração da Toiguarda, que comercializava a marca japonesa Toyota, não desmente a situação.
No comunicado enviado às redações, a coordenadora distrital de Castelo Branco do SITE/CSRA refere que, ao abrigo da “lay-off”, a Segurança Social tem vindo a depositar «numa conta da empresa 70 por cento do salário para ser pago a cada trabalhador», tendo a Gonçalves & Gonçalves de liquidar «apenas» o restante. Contudo, segundo Gabriela Gonçalves, a Segurança Social «efetuou de fato este pagamento, mas a empresa apoderou-se destas quantias e não pagou os salários aos trabalhadores». A situação terá sido inclusive denunciada à ACT – Autoridade para as Condições do Trabalho que, de acordo com a sindicalista, acionou a «suspensão da “lay-off”». Entretanto, a dirigente adianta que «os trabalhadores não foram notificados pela empresa desta suspensão e já lhes deve os salários de maio e junho», sendo que, «aos poucos que continuaram a laborar, já deve o mês de junho».
Nesse sentido, a coordenadora distrital de Castelo Branco do SITE/CSRA quer saber «onde está este dinheiro» e pergunta se «não se trata de uma falsa “lay-off”», acusando ainda que, «enquanto os salários não são pagos», a Gonçalves & Gonçalves «está a vender património e a descapitalizar as empresas do grupo, retirando equipamento de escritório e até das oficinas». Gabriela Gonçalves considera, por isso, que «as autoridades não podem assistir a este crime económico sem agir e o Ministério Público, a Polícia Judiciária e a ASAE devem fazer as investigações necessárias». A sindicalista refere igualmente que o SITE vai continuar a acompanhar os trabalhadores, «a aconselhá-los a defenderem os seus direitos e a mobilizá-los para que todos, de todas as secções e empresas do grupo Toiguarda, se manifestem e mobilizem contra o comportamento da administração».
Também avisa que «neste objetivo não excluímos nenhuma medida, nem nenhuma forma de luta constitucionalmente garantida», até porque «o salário é um direito» e «sem ele colocamos a nossa subsistência em causa». Contatado por O INTERIOR, Rui Gonçalves, administrador da Gonçalves & Gonçalves, confirmou que a “lay-off” foi suspensa na Toiguarda e que existem salários em atraso. No entanto, o empresário salienta que «estamos a tentar solucionar a situação», adiantando que as áreas de serviço da BP do Alto do Leomil na A25 foram «alugadas», tendo «grande parte do pessoal sido integrado» pela empresa que está agora a explorar o negócio. Já na área do setor automóvel «estamos a ter mais dificuldades», admitiu.
Ricardo Cordeiro
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