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Orquestra Metropolitana e dois atores intrometidos no TMG

“Uma Bizarra Salada” baseia-se em textos de Karl Valentin que refletem a crise financeira que antecedeu a IIª Guerra Mundial

Uma orquestra a sério e dois atores intrometidos são os ingredientes de “Uma Bizarra Salada”, que sobe ao palco do TMG amanhã à noite.

O espetáculo inspira-se nalguns dos textos do alemão Karl Valentin (1882-1948) sobre a metáfora da orquestra – corpo social complexo, mais problemático do que parece quando visto de fora – para questionar o mundo e as suas perplexidades. A tarefa cabe à Orquestra Metropolitana de Lisboa, a Bruno Nogueira, Luísa Cruz e Joana Hilário, numa encenação de Beatriz Batarda e direção musical de Cesário Costa. Nesta comédia há músicos que falam e atores que têm de cantar, dançar e até tocar instrumentos, mas ninguém sabe verdadeiramente o que pode acontecer. Tudo porque a integridade e harmonia desta formação clássica está seriamente ameaçada pelo irrequieto e indisciplinado Bruno Nogueira. E nem a “maestra” Luísa Cruz escapa a este turbilhão de “non sense”.

Segundo Beatriz Batarda, os textos reunidos «refletem o período de crise financeira profunda vivida na Europa antes da Segunda Grande Guerra, infelizmente, muito a propósito do momento que vivemos atualmente. O humor e a sátira adotaram as formas mais diversas dependendo dos seus autores e épocas, podendo ser triste, solitário, poético, feérico, filosófico, critico, absurdo ou surrealista. Neste espetáculo vivem-se momentos absurdos e podemos reconhecer a frustração do boicote provocado pelos outros ou por nós próprios». Karl Valentin foi um ator e autor alemão da tradição do cabaret de Munique. Depois de se estrear em 1902, apresentou-se regularmente nas cervejarias e cabarets daquela cidade, com algumas digressões também por Viena, Zurique e Berlim. Escreveu um grande número de monólogos, canções, números de palhaços-músicos e sketches. Brecht admirava a originalidade deste comediante, de quem foi amigo e com o qual trabalhou na sua juventude. O espetáculo é produzido pelo Festival de Almada, Orquestra Metropolitana e São Luiz Teatro Municipal.

Bruno Nogueira e Luísa Cruz põem à prova a harmonia da orquestra

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