No Instituto Politécnico da Guarda (IPG) está a ser desenvolvida uma aplicação para efetuar o rastreio do cancro da pele através de um telemóvel. Embora a indicação transmitida não dispense a consulta de um especialista, este rastreio viabiliza o auto exame atempado.
O projeto, adiantou o Prof. Carlos Carreto (docente da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do IPG), surgiu como um caso de estudo de uma unidade curricular do Mestrado em Computação Móvel do Instituto Politécnico da Guarda, através do qual se “pretendeu exemplificar o potencial dos smartphones como plataforma computacional para o desenvolvimento de sistemas informáticos úteis no dia-a-dia das pessoas”.
Tendo começado a ser desenvolvido no início do corrente ano, assenta no desenvolvimento de uma aplicação para smartphones Android capaz de “auxiliar as pessoas no autoexame de sinais de pele de modo a verificar se os mesmos apresentam características anómalas que podem significar o desenvolvimento de cancro de pele”, esclareceu Carlos Carreto.
De acordo com aquele este docente de informática, “a aplicação é baseada num dos métodos de auto exame mais conhecidos, a chamada Regra ABCDE, que consiste na análise das características de Assimetria, Borda, Cor, Diâmetro e Evolução ao longo do tempo, das lesões pigmentadas da pele. Desvios em relação à norma de qualquer uma dessas características são interpretados como um aumento do risco de se tratar de cancro de pele”. Como explicou, trata-se de um recurso fácil de usar por qualquer pessoa, embora seja útil o conhecimento regra ABCDE, aliás explicada, ao utilizador, numa das secções da própria aplicação.
“Basicamente, o processo consiste em tirar uma fotografia do sinal de pele com a câmara do smartphone, a qual é depois analisada dando origem a um pequeno relatório que avalia as características da Regra ABCDE referidas anteriormente”, explicou Carlos Carreto.
Em relação ao contributo deste projeto, em termos da prevenção ou deteção, lembrou que o auto exame de sinais de pele “é considerado um método simples e eficaz para detetar precocemente o cancro de pele contribuindo assim para a sua prevenção. Se diagnosticado e tratado enquanto o tumor ainda não invadiu profundamente a pele, o cancro de pele pode ser curado”.
De referir, também, que o uso do smartphone, para além da análise da imagem do sinal de pele propriamente dita, “permite outras funcionalidades interessantes, como por exemplo manter uma base de dados dos sinais de pele pessoais para verificar a sua evolução, ou agendar a data do próximo autoexame”.
Para Carlos Carreto, este é um bom exemplo do tipo de investigação aplicada que tem vindo a ser desenvolvida no Politécnico da Guarda.