o meu lugar é um ramo
um ramo onde se possa andar
andar de modo firme e viril
viril como o ramo que pode partir
partir em parte ou por todo
todo suspenso no ramo ando
andando para um fim claro
o fim do ramo onde me balanço
e balanço o corpo nos passos
que dou a caminhar no ramo.
…
Deixa-me chegar ao fim
deixa-me cair e sentir a falha
o espaço que vai de mim
ao eu que eu me queria
nessa zona que é uma lacuna
lacuna que é uma fronteira
entre vida minha e vida vivida
entre impossíveis e garantias
entre sonhos e dissonâncias
entre realidade e vontade
o meu lugar é um ramo
um ramo onde caminho só
só comigo e minhas ideias
ideias que me surgem soltas
soltas como as folhas do ramo
ramo frágil e suspenso
suspenso quebrado do peso
peso do sentir teso e denso
ideias soltas que são fronteiras
vida embutida na realidade
Caio? Não caio?
Rumo ao vazio no ramo?
Não caio nem rumo
porque o ramo é o meu
espaço e o meu destino.
Por: Diogo Cabrita