Durante os últimos 60 anos, um material dominou, em toda a linha, o desenvolvimento tecnológico a que temos assistido. Esse material sem sombra de dúvidas que é o silício. Contudo nos últimos anos esta posição de destaque no mundo da tecnologia, tem sido posta em causa pelo aparecimento de um novo material – o grafeno.
O grafeno é um material composto por átomos de carbono densamente alinhados numa rede hexagonal, semelhante a uma colmeia de abelhas. Este material apresenta a espessura de um átomo. Em termos de propriedades físicas, o grafeno é flexível e apresenta uma resistência 200 vezes superior à do aço, caracterizando-se, também, por uma elevada conductividade térmica e elétrica. Outra das propriedades físicas interessante deste material, é a capacidade que tem de consumir pouca energia, quando funciona como receptor, uma vez que dissipa muito pouca energia.
É um material extremamente denso ao ponto de os outros átomos não conseguirem trespassá-lo, por outro lado, é quase transparente.
Quanto às propriedade químicas, o grafeno ao possuir eletrões que se movimentam com maior liberdade do que os outros materiais, permite optimizar a possibilidade de se combinar com outras substâncias.
A descoberta deste material revelou-se de extrema importância quer pela comunidade científica, quer para a indústria, ao ponto deste trabalho ter sido galardoado com o Prémio Nobel da Física, em 2010, a Andre Geim e Konstantin Novoselo pelos seus revolucionários descobrimentos sobre o grafeno, cuja existência se sabia desde a década de 30 do século passado.
Tal como foi referido anteriormente, o grafeno pode ser o substituto ideial do silício na medida em que foi possível obter dispositivos 10 vezes mais rápidos do que os utilizados atualmente, extremamente finos (semelhante a fios de cabelo), flexíveis como o plástico e duros como o diamante. Uma simples placa ou tira de grafeno pode funcionar como um relógio despertador, central de sensores tátil (música, video, TV, microfone, …). Estas aplicações ainda agora começaram a ser desenvolvidas, existindo uma panóplia de potencialidade por descobrir e aplicar.
Talvez, a mais revolucionária seja o desenvolvimento de díodos orgânicos usados no desenvolvimento de telas que poderiam ser utilizadas em TV, computadores, telemóveis e todo o tipo de dispositivos portáteis.
Estas telas (figura1) requerem menos energia que os convencionais ecrãs de cristais líquidos (LCD), tendo ainda a vantagem de o próprio grafeno fabricar as baterias de pequeno tamanho, dobrável e de elevada autonomia.
Uma destas novas telas tem como base os espelhos dos WC´s públicos (figura 2) onde seria possível ver notícias, ler e deixar mensagens, consultar calendários, horários entre outras infinitas possibilidades.
Como este novo material poderemos estar a assistir a uma segunda revolução tecnológica.
Por: António Costa