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«É um romance de ficção puro e duro do princípio ao fim»

Cara a Cara – João Oliveira Lopes

P – O que o levou a aventurar-se na área da escrita?

R – Depois de 30 anos ligado à área da comunicação social, primeiro na rádio e depois na escrita, através do Escape Livre, com crónicas e artigos dirigidos à especialidade, sempre tive vontade de escrever um livro. Essa vontade surge agora sob a forma deste romance chamado “Porta da Baía”.

P – O romance é apenas ficção ou é inspirado em factos reais?

R – É apenas ficção, os factos reais são relatados para inserir a ficção num contexto mais ou menos real, até porque é um romance que atravessa três gerações de uma família que começa no ano da Implantação da República e termina por volta do ano 2000. Há um conteúdo histórico que dá credibilidade, se assim se pode dizer, à ação, mas é um romance de ficção puro e duro do princípio ao fim.

P – Houve algum problema em conciliar a escrita com a sua profissão?

R – Não, eu não sou muito rigoroso e o livro foi feito por gosto. Como quem corre por gosto não cansa, e não havendo uma imposição de horário para escrever, ia escrevendo à medida que me ia apetecendo e quando tinha disponibilidade. Aproveitava, principalmente, as noites, até às 2 ou 3 da manhã.

P – A noite é boa conselheira?

R – Sim, é quando há paz, sossego, tranquilidade e quando estamos sozinhos e podemos escrever. Eu acho que escrever é um ato de solidão ou deve ser para que, pelo menos para mim, as coisas possam fluir com mais facilidade. Se há interrupção, há uma quebra no raciocínio.

P – Foi difícil encontrar uma editora? Quais os custos para si, nessa procura?

R – Não foi muito difícil, embora tenha enviado o manuscrito para bastantes editoras. Obtive duas ou três respostas positivas e entre essas foram feitas negociações, tendo chegado à conclusão que a Chiado Editora seria a ideal para a promoção do livro. Em termos de custos não houve qualquer despesa para mim, a Chiado encarrega-se de tudo, só há o compromisso de assegurar a venda de um mínimo de exemplares nas apresentações que vão ser feitas na Guarda e Lisboa. Serei o intermediário para que isso sirva como rampa de lançamento para depois o livro ser colocado no mercado.

P – Quanto tempo demorou a escrever “Porto da Baía”?

R – O livro começou a ser escrito há mais de 20 anos, quando não havia computadores, e ainda tenho algumas folhas escritas com o prólogo. A história manteve-se, basicamente, a mesma tendo ficado em “banho-maria” durante vários anos. Há cerca de quatro anos resolvi pegar na história, dar-lhe continuidade e, no fundo, foram três anos de investigação e de escrita do romance.

P – Existem planos para, no futuro, continuar nesta área? Se sim, vai continuar nos romances ou noutro tipo de escrita?

R – Já estou com um segundo romance em mãos e tenho mais três ou quatro histórias na cabeça, do princípio ao fim, para poder dar continuidade. Vou manter-me nos romances, por agora, mas gostava de fazer uma compilação de poemas da minha autoria e, se conseguir juntar isso, não está fora dos planos editar um livro de poesia.

João Oliveira Lopes

«É um romance de ficção puro e duro do
        princípio ao fim»

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