A Confraria das Sardinhas Doces de Trancoso assinalou, no sábado, o seu primeiro aniversário com o IIº Capítulo no Convento de São Francisco. Na efeméride, os confrades puderam degustar a “maior sardinha doce do mundo”, confecionada pelos alunos da turma PIEF da Secundária Gonçalo Anes Bandarra, em parceria com a Casa da Prisca, a Misericórdia e o Agrupamento de Escolas de Trancoso.
A iguaria de 1,14 metros, que deliciou os presentes, foi confecionada com 1,5 quilos de amêndoa e chocolate, canela, cinco quilos de farinha, 80 litros de óleo, meio litro de azeite, 75 ovos e 180 gemas. «É um projeto interessante, mas têm de aperfeiçoar um bocadinho a forma da sardinha», ironizou Maria da Conceição Alexandre, presidente da direção da Confraria, acrescentando que «é a maior do mundo porque se trata de um doce exclusivo desta região e não há memória de alguma vez ter sido feita uma sardinha doce deste tamanho». Este IIº Capítulo representa, segundo a dirigente, «um marco importante» na história da Confraria, oficialmente constituída a 7 de maio do ano passado para defender, promover e divulgar este doce conventual tradicional de Trancoso criado no século XVII pelas monjas clarissas do Convento de Santa Clara.
«Estão aqui representadas 12 confrarias, o que em tempo de crise excede as nossas expectativas e demonstra o “nome” que já conseguimos criar no seio das confrarias nacionais», disse, acrescentando que o primeiro ano de atividade foi «essencialmente dedicado à divulgação, pois participámos em vários eventos de norte a sul do país». Para o segundo, Maria da Conceição Alexandre promete continuar o trabalho de divulgação, mas também apostar na formação, «incentivando as pessoas a preservar o produto e a torna-lo cada vez melhor». De resto, a confraria está a tentar, junto da AENEBEIRA, que o processo de certificação fique concluído o mais rapidamente possível, «o que nos possibilitaria trabalhar de outra maneira», adiantou.
Neste IIº Capítulo, a confraria trancosense entronizou mais três membros, o que eleva para 49 o número de confrades e confreiras. «Prevíamos entronizar sete pessoas que não o puderam ser no ano passado e com isso passar a meia centena, mas quatro delas voltaram a não poder marcar presença», disse, esperando que essa marca seja ultrapassada no próximo ano. Na cerimónia, o presidente da Câmara de Trancoso e confrade Júlio Sarmento afirmou que «importa agora alcançar outro objetivo, que passa pela junção do saber da experiência com a experiência de outros saberes para que as sardinhas doces se constituam como um produto genuíno, certificado e uma verdadeira marca comercial».
Fábio Gomes