A Associação Desportiva da Estação soma e segue na liderança do Distrital de Castelo Branco, com uma vitória “arrancada a ferros” no domingo frente ao Penamacorense, que esteve grande parte do jogo na frente do marcador. A formação da Covilhã esteve a perder por duas bolas e viu-se reduzida a 10 homens desde o minuto 25, contudo, nunca desistiu e consumou a reviravolta, já em período de descontos, com um tento de Caniço, que realizou uma excelente exibição.
Empolgada com as goleadas nos últimos jogos, a Estação entrou melhor no encontro, mas foi o Penamacorense quem abriu o activo, quando estavam decorridos seis minutos. Este tento, que surgiu contra a corrente do jogo, foi apontado por Ricardo Silva, que, num lance infeliz, traiu o seu guarda-redes após um cruzamento da direita de Tabarra. Apesar desta contrariedade, os comandados de Micas continuaram a dominar a partida e, à passagem do minuto 9, Ricardo Morais arrancou um cruzamento traiçoeiro que ainda bateu na trave. Dez minutos volvidos, foi a vez de Gonçalo Ferraz cabecear ao poste direito, depois de se ter antecipado à defensiva forasteira. O mesmo jogador viu o segundo amarelo aos 25’, deixando a ADE reduzida a 10 homens. Para piorar mais as coisas, o Penamacorense, a jogar em contra-ataque, chegou ao dois a zero aos 39’, por intermédio de Silveiro, que emendou o falhanço de Costa na marcação de uma grande penalidade a punir derrube de Salcedas a Bruno.
No segundo tempo, Micas fez entrar Caniço para o lugar de Salcedas e acabou por se revelar fundamental na reviravolta operada pela sua equipa. Contudo, foi o Penamacorense quem voltou a criar perigo, mas Tabarra, primeiro, e Bruno, depois, não conseguiram bater Pedro Ferraz. A turma de Penamacor teve tudo para criar perigo em contra-ataque, mas remeteu-se à defesa, o que permitiu à ADE reduzir a desvantagem, aos 69’, com Caronho a concretizar uma grande penalidade a castigar falta de Óscar sobre Caniço. Galvanizada com este golo, a Estação chegou ao empate aos 81’ por Mário Pina, que empurrou a bola para a baliza depois de Caniço ter acertado no poste direito. Cinco minutos depois, Neves, completamente isolado, falhou de forma incrível o terceiro golo covilhanense. A vitória da ADE só chegou aos 91’, com Caniço a aproveitar da melhor forma uma falha de marcação da defensiva visitante. Mas antes do apito final, numa partida que durou 113 minutos, a ADE ainda sofreu um grande susto com Mário Pina a disparar uma “bomba” para a sua baliza na tentativa de aliviar o perigo da área. O árbitro Rui Dias efectuou um mau trabalho. Mostrou treze cartões, mas muitos outros poderiam ter saído do bolso, pois permitiu algumas entradas violentas e muitos excessos verbais por parte dos homens da casa.
No final do encontro, Micas sublinhou que este foi um triunfo «do querer» dos seus jogadores, frisando ter sido uma «vitória justa, porque fomos sempre os donos do jogo». Do outro lado surgiu um Mário Pereira desolado, não com o comportamento dos seus atletas, mas com o trio de arbitragem: «Isto não foi um jogo de futebol. As cenas que aconteceram na segunda parte são lamentáveis, porque o árbitro teve muito medo. Valeu tudo, mas ele fez vista grossa. É triste perder desta forma», considerou o treinador da formação de Penamacor.
Ricardo Cordeiro