A Feira de São Bartolomeu é uma referência na região e uma das mais prestigiadas feiras portuguesas. De origem medieval, atravessou os tempos, modernizou-se, e tem hoje um novo figurino, mas sempre com o dinamismo e a vitalidade que outrora a afirmaram como uma das «maiores das beiras». A feira que amanhã começa é o grande estandarte de afirmação da cidade de Trancoso e catalisador extraordinário de forças e vivências na região.
A “vila medieval” passa por um período de pujança de que as festividades, a propósito da feira, são apenas mais um elemento e contributo.
Trancoso apostou há alguns anos na recuperação do património histórico, na valorização da sua história, no equilíbrio do seu desenvolvimento. Hoje, percebe-se a importância de tal decisão. Tranquilamente, e quase sem se dar por isso, vai-se transformando num dos poucos pólos de desenvolvimento do distrito da Guarda. Com uma escola profissional dinâmica; um pavilhão multiusos com o volume necessário; uma feira de gado única; uma zona de comércio tradicional de fazer inveja a muitos meios urbanos; algumas empresas e serviços que garantem a sustentabilidade e prosperidade da cidade; …
A terra de Bandarra não vive do passado. Tem presente e augura-se um futuro de crescimento. Em contraste com a realidade da região… Também por isso, Trancoso conseguiu resistir nos últimos censos e foi juntamente com o concelho da Guarda o único a perder menos de dez por cento da sua população, o que, num distrito que viu partir 20 mil habitantes e foi o único distrito em Portugal onde todos os concelhos perderam população, é positivo. Especialmente se olharmos para um conjunto de circunstâncias muito mais favoráveis para outros concelhos.
Trancoso volta a acreditar no seu sucesso… agora que o IP2 a “desencravou” de um certo ostracismo e de muita distância do litoral e do desenvolvimento. O mais difícil vai ser esperar…
Luís Baptista-Martins
