A parceria entre a UBI e a Universidade de Salamanca é «uma mais-valia» comparativamente às instituições do litoral, considera o reitor da Universidade da Beira Interior, que assinou um protocolo de cooperação e um Acordo de Programa de graus em associação com a congénere espanhola na última sexta-feira. Doravante, os estudantes das duas universidades poderão obter dois graus académicos, um espanhol e outro português, com base no reconhecimento mútuo de Sistema Europeu de Acumulação e Transferência de Créditos.
João Queiroz explicou que a relação com a Universidade de Salamanca vinha sendo «fortalecida» nos últimos meses e que este protocolo passa para o papel a «ideia de dar uma grande oportunidade aos nossos estudantes, professores e investigadores de intercambiarem conhecimentos, experiências e de verem isso reconhecido no fim». O reitor da Universidade da Beira Interior exemplificou as vantagens, dizendo que «um aluno da UBI que vá passar um período pré-determinado em Salamanca pode ter também o grau académico lá obtido com todos os efeitos benéficos» que daí possam advir. O mesmo se passará com os docentes e investigadores das duas universidades, classificando este acordo como «um prestígio e uma honra». «Estamos muito contentes e honrados por assinarmos um protocolo deste tipo com uma universidade que tem prestígio em todo o mundo», reforçou João Queiroz.
O protocolo vai entrar em vigor já no próximo ano letivo e, numa fase inicial, os primeiros intercâmbios vão ocorrer nas áreas de Matemática, Economia e algumas Engenharias. O responsável adiantou que este exemplo vai ser «replicado com algumas universidades europeias» e recordou que este tipo de acordos tem acontecido «de forma mais fácil» a nível de doutoramentos. «Estamos a fazê-lo com algumas universidades espanholas a vários níveis e também com universidades do Brasil, outra aposta para a internacionalização da UBI». Nesse sentido, João Queiroz considerou que os acordos de cooperação ibéricos ou luso-brasileiros são «muito importantes para o desenvolvimento e consolidação da universidade», assim como para o seu crescimento: «Vamos ficar mais fortes e ter alunos com maiores competências, cujo percurso profissional será valorizado por este intercâmbio com outras universidades lá fora», declarou.
Igualmente satisfeito estava o reitor da Universidade de Salamanca, para quem os acordos assinados são «muito importantes porque tanto os estudantes de Salamanca, como os da UBI, podem ter os dois títulos, fazendo um pequeno esforço suplementar e parte dos seus estudos na UBI e outra na Usal». Por isso, «por pouco mais que o mesmo preço, os estudantes ficam com dois títulos com validade em Espanha e Portugal», ironizou Daniel Hernández Ruipérez, acrescentando num tom mais sério que isso constitui «um grande valor dentro do espaço europeu». O programa de graus em associação permitirá aos estudantes das duas instituições a obtenção de dois graus académicos, um espanhol, emitido por Salamanca, e um português, emitido pela UBI, com base no reconhecimento mútuo de ECTS (Sistema Europeu de Acumulação e Transferência de Créditos) entre ambas as instituições. Existem algumas condicionantes, como por exemplo, a frequência de pelo menos um ano letivo na universidade de acolhimento.
As duas instituições decidirão, anualmente, quais os graus de licenciado, de mestre e de doutor adaptados ao Espaço Europeu de Educação Superior a inserir no Programa de Graus de Associação.
Ricardo Cordeiro