O presidente da Comissão Executiva da Associação Empresarial da Covilhã, Belmonte e Penamacor considera que o problema de haver dezenas de lojas encerradas no centro da cidade não é exclusivo da Covilhã.
Miguel Bernardo defende que «o comércio e o centro urbano da Covilhã não sentem problemas muito diferentes da maioria dos centros urbanos das cidades portuguesas», sendo que o comércio «é uma atividade que reflete a consequência da dinâmica económica de uma cidade e de uma região». Deste modo, é «natural» que as «dificuldades económicas conhecidas afetem o comércio». Questionado sobre os fatores que conduziram a esta situação, o responsável sustenta que são «muitos e diversos». Desde logo, do próprio comércio que «tardou em perceber e reagir em conformidade com os novos desafios, que exigem grande capacidade de interpretação e adaptação à mudança, compreendendo que a atividade deixou de depender exclusivamente de fatores individuais para depender de fatores coletivos». Assim, «o concorrente deixou de estar do outro lado da rua para ser outro e afetar a rua no seu conjunto». Sustenta também que a «dispersão» dos residentes «conduziu à perda de habitação, comércio e serviços e especialmente de identidade afetando o natural uso do centro da cidade enquanto espaço de referência». De resto, sustenta que a abertura do Serra Shopping «por si só não contribuiu para o encerramento de estabelecimentos, até porque alguns comerciantes instalados no centro urbano» também abriram «estabelecimentos» no novo espaço. A AECBP garante que continua «disponível» para tentar inverter, ou pelo menos, combater a situação: «A Associação está disponível para construir e participar com o seu saber e experiência numa atuação estruturada e concertada entre os vários parceiros com interesse no desenvolvimento da cidade, não apenas na recuperação do comércio, mas também na recuperação do próprio centro, sendo certo que acreditamos no “Pelourinho coração comercial duma cidade que quer ser o coração de uma região”», frisa.