Arquivo

«Limitamo-nos a fazer o nosso trabalho o melhor que sabemos»

Entrevista a Aristides Matos Silva Saraiva, sócio gerente da empresa Aristides Saraiva & Filho, Lda, com sede em Castaíde – Trancoso

P – Como surgiu a Empresa ?

R – A empresa surge da vontade de regressar a Portugal, depois de 12 anos de estar emigrado em França, onde sempre trabalhei em carpintaria, aliás, mesmo antes de ter emigrado já era aprendiz de carpinteiro. Este sim foi o verdadeiro ponto de partida. Mas em 1977 regresso a Portugal e dou inicio à empresa em nome individual Aristides Matos Silva Saraiva, tendo apenas como actividade a carpintaria, onde produzíamos portas, janelas, escadarias, e alguns móveis. Passado apenas um ano já contávamos com 4 funcionários, o que significa que já tínhamos crescido enquanto empresa.

Em 1979 introduzimos na nossa produção a execução de obras em alumínio, consequência da evolução dos tempos e dos mercados, o aparecimento de novos materiais fizeram com que a empresa ainda em nome individual se adaptasse às novas exigências.

Esta actualização deu-se a todos os níveis e obrigou a uma grande reestruturação, desde a aquisição de novas máquinas, novas tecnologias e formação dos funcionários.

Em 2002 passamos à actual sociedade com o nome Aristides Saraiva & filho, Lda, mantendo as mesmas actividades, mas canalizando alguns esforços no sentido de dinamizar mais a promoção e divulgação do mobiliário, denominadamente a criação de uma loja de venda ao público em Trancoso. Todas estas alterações obrigaram a que a empresa crescesse também em número de funcionários passando nesta altura a contar já com 6 colaboradores.

P – Quais os produtos que produzem?

R – Os produtos que actualmente produzimos são essencialmente os mesmos, acompanhados das naturais inovações que se fazem sentir e que até aos dias de hoje se mantêm em constante evolução, desde o vidro simples até triplo, desde o alumínio normal ao corte térmico com os actuais 35 mm. São inovações que não vão parar de acontecer.

Todas estas evoluções fizeram com que alguns produtos não fossem tão bem aceites no mercado como por exemplo Janelas e portas exteriores em madeira assim como as portadas exteriores também em madeira, estes produtos quase deixaram de ser produzidos.

Podemos então dizer com isto que introduzimos o alumínio devido ao facto de ter sentido estas alterações do mercado, e reconhecendo as características dos novos materiais que dispensavam qualquer tipo de manutenção que a madeira obrigava.

Continuamos ainda no que diz respeito à secção de carpintaria a produzir, portas interiores, escadarias pavimentos em diversos tipos de madeira, roupeiros e cozinhas por medida, e todo este tipo de produto em diversos acabamentos, como lacados, envernizados e decapê. Em resumo produzimos todo o equipamento comum e necessário a uma habitação.

No que diz respeito aos alumínios, continuamos a fazer portas, janelas, gradeamentos, portadas, marquises e portões seccionados, automatismos e portões exteriores, obviamente que acompanhadas das respectivas evoluções sentidas nesta actividade.

P – Os vossos produtos destinam-se também à exportação?

R – Como grande parte dos nossos clientes, são já clientes que nos acompanham há muito tempo, e por sua vez esses clientes em grande número são emigrantes em países como França e Suíça, hoje são eles, os nossos clientes, responsáveis por todas as nossas exportações, e estamos a falar de aproximadamente 30% da nossa produção que segue para os referidos países.

Temos que referir que estas exportações acontecem tanto em obras de alumínio como em obras de madeira, sendo que a parte referente aos alumínios seja um pouco superior. Algum mobiliário também tem como destino esses mesmos países.

P – O que é que vos diferencia da concorrência?

R – Não nos preocupamos com o facto de existir neste sector de actividade muita concorrência, limitamo-nos a fazer o nosso trabalho o melhor que sabemos, a cumprir as nossas obrigações e a respeitar os nossos clientes, pensamos que é por aqui que temos que seguir o nosso caminho. Actualmente os produtos são muito semelhantes, e o maior diferencial é exactamente a proximidade das pessoas.

P – Quais as vossas expectativas para o futuro?

R – Com o estado em que o nosso país se encontra, não podemos dizer que estamos muito motivados, no entanto e com a experiência que já temos ao longo destes últimos anos, de que se tem falado muito em recessão económica, podemos afirmar que a empresa tem sempre vindo a crescer, esta constatação permite-nos concluir esta entrevista com uma mensagem de esperança.

«Limitamo-nos a fazer o nosso trabalho o
        melhor que sabemos»

Sobre o autor

Leave a Reply