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Ópera a viúva-alegre, de Franz Léhar
É sabido que houve una ópera intitulada A Viúva-alegre, que trata de uma mulher que, para não sentir pena pelas tristezas da vida, se diverte: pinta-se, as suas roupas são coloridas, policromadas, ama sem parar nem dar por isso ou propositadamente. Como as suas roupas, os seus amores são de sentimentos trepidantes Quer fazer barulho para chamar a atenção, como a sua roupa espampanante. Conforme a sociedade manda devia estar vestida de preto, a cor do martírio do luto, se quem falece é um marido amado. A ópera tem um autor, Franz Lehár (Komárno, 30 de Abril de 1870 — Bad Ischl, 24 de Outubro de 1948) foi um compositor austríaco de ascendência húngara, conhecido principalmente por suas operetas. Ele foi um dos maiores compositores da Áustria.
O seu maior sucesso foi Die lustige witwe (A viúva alegre), colocada em cena pela primeira vez no Theater an der Wien (Viena) em 30 de Dezembro de 1905. A trama é estrepitosa como a viúva. Em 30 de Dezembro de 1905, estreou em Viena. Trata-se de uma história acontecida em Pontevedrino, um país tão pequeno que não pode ser encontrado em mapa algum. O governo de Pontevedrino teme que a viúva-alegre gaste sua fortuna em Paris ou caia nas mãos de um usurpador, o que provocaria a falência do principado. Para que o dinheiro permaneça no país, é preciso que um pontevedriano seduza e se case com a viúva. Trata-se da tarefa perfeita para o homem charmes conde Danilo, que conhece todos os truques para conquistar as mulheres.
Ao fim da estreia, a 30 de Dezembro de 1905, a opereta – que termina com a promessa de casamento da viúva-alegre – recebeu um aplauso apenas moderado. Segundo o maestro da Musikalische Komödie de Leipzig, Roland Seyfarth, que acompanharam ao autor da música, foi o que hoje se chamaria de fiasco.
Depois da fracassada estreia, o director do teatro distribuiu ingressos gratuitos. A consequência foi que o teatro lotou e a peça virou um sucesso. Os ingressos para todas as apresentações seguintes se esgotaram.
Logo espalharam-se os rumores de que o texto de Viktor Leon e Leo Stein parodiava a política dos Bálcãs. Pontevedrino, na realidade, se chamaria Montenegro, onde, no início do século 20, teria existido um príncipe herdeiro dado à boa vida. Era o ideal para uma viúva jovem, endinheirada e protegida por políticos de alcunha: todos queriam a sua mão, porque trás ela, vinha o dinheiro. Ela apenas podia ser alegre para estar sempre acompanhada e pretendida. O seu mais alto desejo, era o jogo da sedução. O libreto e a música referem o resto da trama. Sónia, a personagem da ópera, é conhecida por todos: foge a Paris e não paga impostos em Pontevedrino, parte do seu divertimento e tristeza para os seus concidadãos, que a amavam pela sua beleza, alegria… e por ser a fonte de riqueza do pequeno condado de Danilo. Sónia ri, festeja, trás a glória do seu condado. Levada ao cinema e ao teatro, foi o triunfa de várias actrizes, como Lana Turner e Sónia Braga entre outras. No canto, Liana Fonteles, ou Bruna Ventura.
Alegria! Também há viúvos-alegres, como o Conde Tadeus de Laguna Verde. A casa era um paço habitado pelos condes pais e a sua larga família. Sentia a vaidade de ser jovem e formoso e é com a filha de um Duque, proprietário de Forças Aéreas, que casa. Trás essas duas mãos, muito dinheiro, terras, investimentos, indústrias produtoras de forças motriz. Tadeus namorava a todas as que passavam perto dele, ou membros da corte, ou servas do paço. Conhece à filha do industrial da aviação, Ângela, namora-se, custa um imenso tempo que ela aceite, para tão curto espaço de tempo de matrimónio. Casamento abençoado pela Papa Montini, com um Bispo e 11 sacerdotes na missa nupcial. Mulher de talento, pintava, desenhava prédios, dirigia a sua construção fartava-se de ganhar dinheiro, bem como das simpatias do Conde Tadeus, farta-se dele, e não morre. Infringe nele o pior dos castigos para o jovem Conde, vai-se embora e fica Tadeus viúvo em vida, com a sua amada a cortejar vários outros, ao longo da vida. Tadeus de Laguna Verde preferia a morte que esse desprezo de trinta anos. Mas, cheio de charme como era, começa a concorrência de quem tinha mais pessoas sedutoras para partilhar a vida. Assim, Tadeus namora com uma, seduz outra, até se fartar e dedicar o seu tempo à ciência, a solidão da escrita e esporádicas relações de longa duração. Um viúvo-alegre, solitário até conhecer a mulher que toma conta dele e, como na história de Sónia de Pontevedrino, não tem mais a ousadia de se divertir. Decide finalmente, se há relação a sério, apesar da distância com a Senhora Dama da Outra Banda, salva-lhe a vida, a escrita e acompanha, quando possível, sua autonomia. Autonomia de dois caminhos: juntos, a se divertir ferozmente e a rir tanto como for possível. Ela, Dona Maragraca, a orientar os caminhos da vida dele. Ou experimentar esse essa opção. Especialmente, quando pelo caminhos de Tadeus, convertido num ser sereno mas romântico, que treme de raiva com os seus supostos colaboradores de aventuras, ciência, até não suportar mais o desamparo e falece em idade muito avançada…, só e sem um cêntimo do que teve ao longo das suas pretensões.
O seu corpo é cremado, as cinzas lançadas sem ânfora, apenas transportada pelos vizinhos numa folha de papel de jornal, atirada ao riacho do sítio que mais amava, entre Óbidos e Caldas da Rainha, pela sua dama de companhia e família. O abandono acabou por mata-lo, só, apenas com a música de Beethoven, essa bagatela em lá menor, Für Elisen, que tanto adorava e que pensava seria o nome de uma descendente.
O viúvo-alegre acabou os seus dias a pretender: alegria, calma, paz. Apenas o falecimento solitário o deixara com una face serena e divertia.
Virados os anos, só para sempre, foi lembrado na sua obra científica, que arrebitou pelas simpatias da derradeira mulher que ele amou, e ela, a ele….
Tadeus nunca mais foi recordado, como passa com todos os que têm nome pelas causas lutadas e ganhas e não pela aristocracia da pessoa, que é apenas uma herança. Tadeus batalhava em vida perdeu, mas a história da obra, o arrebitou anos passados do seu papel de sedutor. Tadeus era um lutador persistente…até depois do seu falecimento. Uma lágrima caiu algures, dos olhos de Dama a Outra Banda…, um conforto que, desde a sua eternidade o fez feliz como nos tempos de viúvo-alegre…do Condado de Laguna Verde….
Por: Raúl Iturra