Várias dezenas de antigos atletas do Sporting da Covilhã marcaram presença, na última sexta-feira, na inauguração da exposição fotográfica que evoca os 88 anos de história do maior clube da Beira Interior. Entre muitas recordações e alguns olhares de espanto, a mostra, promovida pelo site www.historiascc.com, também provocou emoções para diversas gerações de futebolistas.
João Lanzinha e Francisco Manteigueiro integraram a equipa que obteve a melhor classificação de sempre da história do clube, um quinto lugar na Iª Divisão na época de 1955/56. Com apenas um ano de diferença, os dois covilhanenses jogaram quase ininterruptamente durante cerca de 20 anos pelo Sporting serrano, tendo disputado o principal escalão do futebol nacional por diversas temporadas. João Lanzinha, de 78 anos, elogiou o trabalho de «meia dúzia de pessoas, carolas, sem objetivos secundários» para organizar esta exposição. O antigo capitão considerou ainda que a mostra constitui «uma grande satisfação para toda a cidade», realçando que o Sporting da Covilhã «está a precisar deste tipo de manifestações». Um ano mais novo, Francisco Manteigueiro, que nunca conheceu outro clube enquanto jogador, ficou contente por ver fotografias «onde está recordado o historial» do Sporting da Covilhã.
Daí não ter hesitado em viajar de Elvas, onde reside atualmente, para assistir à abertura da exposição. Sobre recordações dos tempos da Iª Divisão, o antigo atleta ironiza que «agora impera muito a tática», mas «essencial é o jogador ter garra e apego à camisola que veste, mais nada», recomendou quem sabe. De uma geração bem mais recente são Milton e Luís Miguel, dois atletas naturais do concelho que representam o clube há várias épocas. O primeiro, de 33 anos, considerou a exposição uma «boa iniciativa», até porque «recordamos tempos de alegria», além disso, «encontrar outras gerações de jogadores também é engraçado», salientou o atleta – curiosamente, dois dias depois Milton marcou o golo decisivo que manteve o clube na Liga de Honra. Também Luís Miguel, de 36 anos, achou a exposição «muito interessante», uma vez que permitiu juntar diferentes gerações: «É bom rever e trocar experiências com pessoas que foram grandes figuras do clube há muitos anos», referiu.
Ulisses Morais, antigo jogador serrano e atual treinador profissional, também esteve presente. «Vejo esta exposição com imensa alegria e satisfação, não só pela beleza que tem e como ilustra o passado recente e não só da sua história, mas porque é o meu clube de sentimento. O clube da terra onde vivo, onde casei há 32 anos e onde nasceu o meu filho», sublinhou. Por tudo isso, afirmou sentir-se «honrado por fazer parte desta história, sendo eu uma parte muito pequena dela». Quem estava visivelmente satisfeito com a adesão e o entusiasmo dos atletas era Miguel Saraiva, mentor do site promotor da exposição. «A iniciativa está a superar um bocado as nossas expetativas pelo carisma de emoção que está a despertar nas pessoas», declarou. O responsável acrescentou que «nos anos 50, 60 e 70 os plantéis do Sporting da Covilhã eram compostos por muitos jogadores da terra e as pessoas acabam por rever aqui memórias de pessoas da cidade e até familiares». A exposição está patente até 30 de junho – exceto aos fins-de-semana – no Edifício Casa dos Ministros – Departamento de Cultura da Câmara da Covilhã, na Rua Portas do Sol.
Ricardo Cordeiro