P – Quais os seus objetivos para mais uma participação no Campeonato de Portugal de Montanha, que tem início nos dias 21 e 22 deste mês?
R – Os meus objetivos acabam por ser sempre os mesmos todos os anos e passam por terminar as provas sem problemas e, principalmente, sem acidentes. De qualquer forma este ano vou tentar chegar um bocadinho mais alto, apesar do campeonato ainda não estar todo garantido. Temos parte da época assegurada, estamos a trabalhar para ver se conseguimos ter mais patrocinadores, mas vamos tentar fazer alguns pódios este ano e andar entre os três, cinco primeiros.
P – Melhorar o quinto lugar da geral no ano passado é outra ambição?
R – Sim, vamos tentar fazer melhor. O histórico desde 2003 tem sido esse. Todos os anos tenho melhorado, tanto prova a prova a nível de tempos, como na classificação geral e de categoria. E é uma tendência que quero manter.
P – Quando diz que a temporada não está totalmente garantida tem a ver com o número de patrocinadores? Serão precisos muitos mais?
R – Eu gostava de ter apenas um ou dois, até porque a imagem para eles seria muito maior e muito melhor. Infelizmente não consigo, tenho um grupo de amigos e de empresas que me apoiam felizmente, mas ainda não está garantida a verba necessária para fazer o campeonato todo. Dos apoios que já estão garantidos, um ou outro poderá “esticar” um bocadinho mais mas pouco. Por isso, vamos tentar arranjar outros. Sem querer falar em valores, posso dizer que falta metade para garantir a época toda.
P – Está confiante que vai conseguir arranjar essa verba em falta?
R – A esperança é a última a morrer. Estou a sentir algumas dificuldades e já tive algumas negas que não esperava, mas ainda tenho esperança que apareçam outras respostas positivas.
P – É a primeira vez que vai alinhar com o SilverCar. É um carro que, à partida, oferece garantias de sucesso?
R – Pelo historial que tem, à partida oferece-nos boas perspetivas. Eu também me sinto mais à vontade neste tipo de carros. Em relação ao do ano passado, para além da estética, o carro foi construído a pensar em rampas, tanto a nível de aerodinâmica como de motor. O anterior tinha sido feito para circuitos e depois acabou por fazer algumas provas de montanha. Ambos são competitivos e não quero dizer que um é melhor que o outro. São diferentes, têm características e tipos de condução diferentes.
P – Teve oportunidade de testar o carro pela primeira vez no traçado da Rampa de Murça, local por onde passará o campeonato. Como correram esses primeiros testes?
R – Foi o primeiro teste a sério com o novo carro e foi bastante positivo. Fizemos quase a simulação de uma prova. A única diferença é que não tínhamos pneus novos, mas adaptei-me bastante bem ao carro e gostei bastante da sua condução. O historial deste carro é o de ter andado sempre em segundo, terceiro no campeonato português e em Espanha tem sido campeão desde que participa.
P – Como vê o facto da Rampa Internacional da Serra da Estrela ter sido cancelada?
R – Acima de tudo com muita tristeza e foi um dos principais motivos para eu ter ponderado parar este ano. Já estava a pensar nisso precisamente por causa de algumas dificuldades e pensei em parar para refletir um bocadinho mais e ficar, à partida, um ano de fora e para o ano aparecer com um novo projeto. Quando saiu a notícia de que a Rampa da Serra da Estrela não ia ser realizada aí é que disse mesmo que não tinha vontade. Perdi bastante o entusiasmo de competir. Depois acabei por mudar de opinião graças a algumas pessoas amigas, porque, felizmente, no Campeonato de Montanha somos adversários mas muito amigos e houve bastantes pessoas que me deram palavras de bastante carinho e que me levaram a continuar. Vamos tentar fazer o máximo de provas possíveis e vamos continuar porque temos melhorado todos os anos e se calhar não é a melhor altura para parar.