As últimas exibições das principais selecções nacionais de futebol, “A” e “Sub 21”, refiro-me aqui aos confrontos com a Espanha e a Turquia, respectivamente, desiludiram e fizeram renascer velhos fantasmas. Se em relação aos Sub 21 já se tinha por adquirido que o jogo não iria ser fácil pois os turcos vêm-se afirmando no panorama internacional como uma das potências emergentes (recorde-se o 3º lugar no Mundial da Coreia) já no que diz respeito aos “A” a derrota, ainda por cima por 3-0, apanhou quase todos de surpresa. Esperava-se uma vitória fácil sobre os “nuestros hermanos”. Os argumentos eram os de que já não perdíamos para eles há mais de 40 anos e que além do mais as suas (deles) preocupações iriam estar mais orientadas para o difícil e decisivo jogo, este a doer, com a Ucrânia, que pode até ditar o seu afastamento do Euro 2004. A juntar a estes factores, favoráveis, ainda o facto do local do jogo ser o mais emblemático e significante possível. Jogar em Guimarães, berço da nacionalidade, contra os Espanhóis só poderia representar um acréscimo de motivação e de entrega à contenda. Antevia-se pois uma noite de festa. Só que ……. no calor do jogo tudo se foi esfumando. Enquanto os portugueses não acertavam uma os espanhóis lá iam levando a carta a Garcia. Tudo lhes saía bem. Os passes feitos à medida. As desmarcações sempre úteis e aproveitadas. O colectivo a funcionar às maravilhas pondo a cabeça dos nossos em água. Momentos houve em que a nossa selecção perante o acerto e a simplicidade com que os jogadores espanhóis iam trocando a bola parecia uma nau à deriva e o naufrágio eminente. Lembro-me de algo idêntico na década de oitenta. Foi quando o Sporting ganhou por 7-1 ao Benfica em Alvalade. Recordo essa noite negra para o Benfiquistas. Também aí, tudo ia saindo bem a uns e mal a outros. Era, ir a bola ao centro, dois três passes, a oportunidade de golo a surgir, e “toma” lá para dentro.
Como explicar tais goleadas? Sei que os mais racionais tentam sempre encontrar explicação para tudo e para mais se tal for necessário. Eu contento-me com uma explicaçãozinha, afinal de tudo o futebol é um jogo e como tal a sorte conta. Acredito que, em Inglaterra (Sub 21) ou em Oslo (“A”) as coisas possam ser bem diferentes. É que embora a bola seja redonda e joguem onze de cada lado, alguma normalidade há-de vir ao de cima. Tal como a sorte o azar não dura sempre.
Por: Fernando Badana