A Moagem, no Fundão, apresenta, no sábado à noite, a peça “Músculos”, em que o actor é posto à prova num texto de Pedro Fiúza. A interpretação é de Cristiana Castro.
Segundo o autor, que também encena, este espectáculo nasceu de «uma estranha necessidade de escrever carne com a consciência do seu ritmo e dos seus objectivos», mas também da procura de respostas para perguntas como «o que é um actor para além desse grau máximo da passagem? O que é um actor sem risco?», escreve no texto de apresentação desta criação. “Músculos” nasceu assim, enquanto «partilha total com o público». Pedro Fiúza admite que os seus espectáculos são difíceis. «Não tenho medo de afirmar isto. Os meus espectáculos são difíceis porque se encontram ainda na fase embrionária da procura da forma. Gosto de experimentar limites. Para mim o teatro é o espaço onde me é permitido experimentar todos os limites de mim mesmo. O teatro é um produto de sensibilidades», avisa.
Confessa também que não procura formas que passem pelo «mero agrado do espectador», considerando, por isso, «perfeitamente normal que faça maus espectáculos, todos os que se colocam em causa correm esse risco». Mas promete: «Um dia descobrirei a forma justa. Quando a descobrir… o mais provável é fugir-lhe», considerando que «fazer espectáculos fáceis é fácil», mais complicado será «lutar contra o seu maior inimigo, a indiferença», conclui. Pedro Fiúza é formado em Interpretação pela Academia Contemporânea do Espectáculo e já interpretou e encenou várias peças.
