Gosto de fazer compras na loja da Dona Maria.
A Dona Maria tem um sorriso franco, aberto, uma gargalhada fácil mesmo quando a sorte não lhe bate à porta, o cansaço a vence ou as saudades da filha lhe apertam o coração.
A Dona Maria fala-me da vida, dos trabalhos, das canseiras do dia a dia, dos filhos e do marido, do passado em França, de quando era menina.
A Dona Maria é dona de uma pequena loja, uma espécie de mercearia “à antiga”, onde se encontra de tudo com bastante qualidade. Há pão e ovos caseiros, fruta e legumes frescos da quinta, alheiras de Mirandela e sobretudo há muita simpatia, atenção e afecto. Francamente gosto de comprar na loja da Dona Maria e gosto dela.
Pensando bem, gosto de muitas outras lojas tradicionais da Guarda, essencialmente pelo atendimento personalizado e afável que os proprietários proporcionam.
De facto, fazer compras na Guarda, em muitos casos, é sentir-me em casa, é um acto de intimidade, de prazer e por vezes de amizade recíproca.
Faço compras nas grandes superfícies e reconheço a vantagem da economia de tempo e dinheiro, mas invariavelmente comprar nesses locais significa impessoalidade no atendimento, stress e alguma desconfiança nos produtos à venda.
Faço, também, compras noutras cidades. Contudo, falta-me a confiança recíproca e a empatia que fazem com que comprar na Guarda seja uma satisfação.
Por: Paula Camilo