A Câmara da Guarda volta a insistir no projecto de um parque de estacionamento subterrâneo. Falhadas as opções do Jardim José de Lemos e junto à Escola de Santa Clara, a nova localização estudada é agora o Largo Frei Pedro, onde estão instalados o Governo Civil e o comando da PSP. Segundo apurou O INTERIOR, este silo-auto terá capacidade para 300 automóveis e deverá ser posto a concurso nos próximos meses.
O caderno de encargos está a ser elaborado pela Divisão de Vias e Trânsito e assenta na concessão a privados da concepção, construção e exploração deste empreendimento. «Sentimos a necessidade de haver estacionamento subterrâneo na cidade de forma a libertar espaço nalgumas ruas da zona central», justifica Joaquim Valente, para quem este silo-auto terá que ser construído e explorado por empresas do sector, algumas das quais já terão sido sondadas. «As parcerias público-privadas não nos interessam, pois a Câmara não tem esta competência», esclarece o presidente do município, adiantando que a proposta vencedora será aquela que apresentar «o melhor preço e a melhor proposta de intervenção e concepção». De resto, o autarca não receia que o momento menos bom da economia nacional possa retrair os concorrentes e até acredita que o Largo Frei Pedro tem na sua localização central no contexto urbano «uma aliciante» para os promotores interessados. «É um desafio que vamos lançar aos privados», referiu.
Na sua opinião, o projecto vai suprir «alguma carência» deste tipo de estacionamento numa zona sobrecarregada de serviços públicos e comércio e acabar com o parqueamento à superfície em ruas adjacentes, «além de permitir ordenar o trânsito na zona e até de criar um novo espaço público para os cidadãos usufruírem», declarou. Contudo, ainda não há data marcada para abrir concurso, nem tão pouco se sabem os custos desta intervenção, já que os concorrentes serão chamados a apresentar propostas. Não é a primeira vez que a Câmara quer tratar do assunto. Em Novembro de 2003, o executivo tinha aprovado um projecto para o Jardim José de Lemos com 750 lugares. Um ano depois, a Assembleia Municipal deu luz verde à abertura de um concurso público e, quando tudo parecia bem encaminhado, deu-se um volte-face só possível por estarmos em período eleitoral. É que Maria do Carmo Borges, então presidente do município, comprometeu-se com a Associação Comercial a desenvolver em simultâneo os concursos públicos de outro silo-auto, com cerca de 500 lugares, sob o Largo Dr. João Soares, junto à escola de Santa Clara.
A opção resultou na paralisação dos processos porque o Ministério da Educação tardava em autorizar a utilização do subsolo da escola de Santa Clara. Além disso, o facto dos projectos avançarem juntos dificultou o aparecimento de interessados. Pelo meio, entrou em funcionamento o silo-auto do TMG e começou a falar-se no estacionamento proporcionado pelo futuro centro comercial a construir na Avenida dos Bombeiros. Em 2006, a Câmara da Guarda desiste do projecto do Jardim José de Lemos e aposta tudo no Largo Dr. João Soares, mas o concurso público ficou deserto.
Luis Martins 
