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Rota de Pinturas e Frescos da Guarda e Castelo Branco continua por concretizar

As mudanças na direcção do IPPAR e a necessidade de obras de conservação nas igrejas escolhidas atrasaram processo

A Rota de Pinturas e Frescos dos distritos da Guarda e Castelo Branco, uma ideia da delegação albicastrense do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR), que, em Janeiro de 2002, estava no papel e pronta a avançar ainda não foi concretizada. As mudanças na direcção do IPPAR foram uma das principais razões que motivaram este atraso, mas também a necessidade de realizar obras de conservação e restauro em algumas das capelas e igrejas escolhidas, de forma a criar condições para os visitantes. Actualmente, o trabalho de levantamento continua a ser feito, havendo já uma candidatura aprovada para realizar obras em três igrejas da região no âmbito do Interreg. Em Janeiro do ano passado, José Afonso, director da delegação do IPPAR de Castelo Branco, garantia que a ideia estava no papel e que faltava apenas receber aprovação por parte dos serviços centrais de Lisboa, para que as «inúmeras» capelas e igrejas «com essas qualidades» se unissem num único percurso organizado e guiado. Mas a Rota de Pinturas e Frescos ainda «não está definida», porque houve entretanto uma «alteração na direcção do IPPAR», daí que a criação do circuito tenha que ser novamente «estudada e reavaliada», explica. Contudo, o levantamentos das pinturas e de frescos tem vindo a ser feito em toda a área geográfica da Beira Interior, num «leque de descobertas que tem vindo a aumentar», adianta. De resto, uma proposta para a realização das obras de conservação e de restauro em pinturas de três igrejas da região já foi aprovada pelo Interreg. Trata-se do templo de Escarigo, em Figueira de Castelo Rodrigo, de Nossa Senhora da Fresta, em Trancoso, e de Sacaparte, em Alfaiates, Sabugal. O primeiro caso é aquele que recebe o maior montante, cerca de 350 mil euros, cuja grande fatia se destina à conservação e restauro do recheio artístico da igreja e das pinturas «lindíssimas e extraordinárias, escondidas atrás do altar», refere Afonso, enquanto o restante, no valor de 59.500 euros, se destina à musealização e estudo das pinturas. No caso da Igreja de Nossa Senhora da Fresta, em Trancoso, a verba aprovada para o restauro das pinturas é de 23.800 euros, enquanto que para Sacaparte vão 29.750. Ainda sem um prazo previsto para a concretização da Rota, José Afonso assevera que «há matéria» para a constituir, mas primeiro é necessário que as pinturas «sejam intervencionadas, conservadas, valorizadas e que ofereçam condições para serem visitadas», realça, acrescentando que «não vamos meter as pessoas a visitar locais em condições incríveis e de instabilidade, que podem até nem ter condições de iluminação». Até porque projectos como este têm que ser estudados de uma «forma faseada, porque é impossível resolver tudo num ápice», diz, realçando que já se «avançou muito no cadastro» das pinturas e dos frescos existentes na região. A fase seguinte, e antes de se avançar para a Rota, que ainda assim terá que «ser aprovada superiormente», passa pelos trabalhos de conservação e valorização que já se encontram a decorrer. Naves, São Pedro de Verona e Aldeia Velha, no distrito da Guarda, bem como a Sé de Castelo Branco e a Egitania de Idanha-a-Nova, são alguns dos pontos que farão parte da Rota de Pinturas e de Frescos que se encontra a ser idealizada por «estudiosos» ligados à conservação e ao restauro, conta José Afonso.

Ricardo Cordeiro

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