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«Espero que haja desportivismo e que os clubes saibam aceitar os resultados»

Cara a Cara – Entrevista: Amadeu Andrade Poço

P – Como explica o aumento de clubes inscritos?

R – Julgo que isso poderá estar relacionado com o facto da política desportiva da Associação de Futebol da Guarda ter sido no sentido de não onerar demasiadamente os clubes no que refere aos escalões de formação. Neste momento, tenho quase a certeza que esta é a única associação do país que não cobra nos escalões de formação. Portanto, os clubes ficam com maior disponibilidade para terem equipas seniores. Por outro lado, pela formação que tem sido dada aos treinadores, e que só não é dada aos dirigentes porque eles não querem. Ora, todos estes factores contribuem para que, contrariamente aos distritos limítrofes, nós tenhamos aumentado o número de clubes este ano.

P – Quais as novidades no escalão sénior em termos de futebol de 11?

R – A I Divisão mantém os 14 clubes, não houve nenhuma desistência. A II Divisão Distrital passou de 16 para 18 clubes. A Castanheira desistiu, mas em compensação inscreveram-se as equipas de Gonçalo, São Romão e Figueiró da Granja.

P – Que expectativas tem para a próxima época?

R – Espero que haja desportivismo, que os clubes saibam aceitar os resultados e que possam compreender que sempre que acontece um erro de arbitragem, este não é premeditado, porque a direcção da Associação de Futebol da Guarda confia nos árbitros que tem ao seu dispor. Se não confiasse, não os queria cá. Por outro lado, espero que não haja “casos”.

P – Acha que as duas novidades – o futsal feminino e a vertente de veteranos – têm pernas para andar?

R – Inscreveram-se apenas quatro equipas de futsal feminino e duas de veteranos, mas estamos receptivos a aceitar outras inscrições, porque temos interesse em realizar as provas. Agora, concretamente em relação à prova de veteranos – que só tem dois inscritos – acredito que tem pernas para andar porque, curiosamente, a ideia de realizar o campeonato de veteranos foi-nos solicitada por clubes que ainda não se inscreveram. Parto do princípio que se inscrevam, até porque é um campeonato que se vai realizar muito depois dos restantes. A calendarização destes campeonatos será sempre em função do número de equipas inscritas.

P – A desistência do Fornos foi um revés no objectivo do distrito ter mais representatividade na III Divisão Nacional?

R – Logicamente que sim. E, aliás, se o Fornos não tivesse desistido ia disputar a II Divisão, porque seria repescado como melhor terceiro classificado da III Divisão. Por outro lado, compreendo a posição do presidente da Associação Desportiva de Fornos de Algodres, que demonstrou que é uma pessoa responsável. Se calhar outros dirigentes de muitos clubes que vemos por aí – e temos vários exemplos de clubes que depois abriram falência e desistiram – não teriam tido aquela atitude. No caso, ele oferecia ordenados chorudos a atletas e depois não seriam pagos. Mas ele demonstrou que é uma pessoa honesta, que viu que não podia manter uma equipa condigna e preferiu desistir. Ainda assim, mantém os escalões de formação. Do mesmo modo, compreendo a posição da Câmara, que não pôde ajudá-los mais. São questões em que não me posso imiscuir, embora para nós fosse muito agradável voltarmos a ter uma equipa na II Divisão Nacional.

Amadeu Andrade Poço

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        clubes saibam aceitar os resultados»

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