Durão Barroso já respondeu ao pedido de audiência solicitado por Maria do Carmo Borges acerca do novo hospital. Uma resposta que não agradou completamente a presidente da Câmara da Guarda, dado que o Primeiro-Ministro argumentou falta de tempo na agenda, remetendo o assunto para o ministro da Saúde.
Ainda assim, Maria do Carmo aceitou a posição, mas quer que desta vez Luís Filipe Pereira venha à Guarda para fazer uma visita aos seis locais inicialmente previstos para a construção da unidade hospitalar. De facto, a autarca parece estar despreocupada quanto à viabilização desta obra, que tem “agitado as águas” entre as forças políticas locais, uma vez que o governante «veio dizer à Guarda que haja o que houver haverá hospital», relembra a edil, salientando que, por isso, «eu própria poderei estar descansada». Maria do Carmo Borges vai mais longe, garantindo que a autarquia da Guarda «não fará resistência alguma», pois «quem é a Câmara Municipal para fazer resistência ao Governo», aguça a autarca, que embora tenha enviado a Barroso todo o relatório relativo à questão dos terrenos, quer que o ministro da Saúde venha à cidade.
Uma situação que já poderia ter sido averiguada na última visita do Primeiro-Ministro aos distritos de Castelo Branco e da Guarda, mas afinal a autarca nem sequer foi convidada para acompanhar Durão Barroso, nem tão pouco notificada de que ele viria à região. Maria do Carmo não esconde algum descontentamento pelo facto de a autarquia da capital de distrito não ter sido convidada oficialmente para a visita. «Não compreendo que o concelho da Guarda não tenha sido também um dos privilegiados pela visita do Primeiro-Ministro de Portugal», revelou a presidente da Câmara, que «teria tido todo o gosto em recebê-lo, porque não é uma pessoa qualquer e eu teria muito gosto em recebê-lo nesta câmara e neste concelho se não quisesse vir aqui», disse a autarca à Rádio Altitude. Mas vai mais longe, afirmando não entender porque é que «não foi comunicado oficialmente» à Câmara da Guarda a vinda do governante, porque «também a autarquia, embora não tivesse tido a honra de o ter neste concelho, tê-lo-ia acompanhado se para tal tivéssemos sido oficiados dos locais onde ele se deslocaria», continuou a autarca.
Recorde-se que a visita de Durão Barroso serviu nomeadamente para a inauguração do troço que faltava para a conclusão da A23, a qual, segundo o governante, não terá portagens. Uma atitude que motivou Crespo de Carvalho a apresentar na última reunião do executivo uma proposta no sentido de ser aprovado um voto de congratulação pela confirmação dessa medida. O vereador da oposição na autarquia guardense diz que se trata de uma medida excepcional e que, por isso, merece um agradecimento especial. «A câmara é a principal beneficiária desta medida e devemos congratularmo-nos com o Governo pelo facto de admitir e permitir que a A23 seja a primeira excepção à regra geral de não haver portagens virtuais», explicou Crespo de Carvalho, referindo que se trata de uma discriminação positiva para com o Interior. A proposta foi chumbada pelo vereador Esmeraldo Carvalhinho e só não foi reprovada por toda a maioria socialista porque a presidente fez questão de vincar que as portagens virtuais foram uma medida do anterior Governo e que o actual só veio confirmar o que já estava definido. «Não é uma medida nova», realça Maria do Carmo, para quem o Primeiro-Ministro «vem apenas cumprir esse compromisso com o qual eu me congratulo», evidenciando novamente que se trata apenas do «assumir de um compromisso anterior que foi feito».
Rita Lopes