O Departamento de Urbanismo da Câmara da Covilhã vai mudar-se do edifício localizado junto ao Jardim Público para as antigas instalações do Banco Nacional Ultramarino (BNU), na Praça do Município, para deixar todo aquele imóvel livre para a Higher Functions. A empresa detentora do serviço nacional de apoio técnico à microinformática, conhecido por Pcmedic, já opera no edifício do Urbanismo, com 54 colaboradores, e pretende «chegar aos 170 postos de trabalho» em 2011, anunciou o presidente da Câmara na última Assembleia Municipal (AM), na passada sexta-feira.
Carlos Pinto informou que a Higher Functions «solicitou o edifício todo» e que tenciona admitir mais 25 pessoas já em Agosto. As obras nas antigas instalações do BNU deverão começar dentro de 15 dias e estar prontas em Outubro: «A mudança já estava nos nossos planos, mas esta situação leva-nos a apressar o processo», afirmou. O autarca revelou ainda na sessão que a Câmara pretende executar o projecto do novo mercado municipal no Campo das Festas em simultâneo com um outro: a construção de um novo quartel para os Bombeiros Voluntários a partir do edifício da antiga central eléctrica, na Estação. A ideia é tirar o actual quartel do Campo das Festas, criando «um espaço grandioso e acabando com o problema da falta de parqueamento para as viaturas dos bombeiros», explicou o edil. «Queremos tratar os dois projectos em conjunto», salientou Carlos Pinto, ressalvando que «o mercado terá um edifício novo».
De resto, a questão da nova localização do mercado foi um dos pontos que marcou esta AM, sendo que o assunto foi à sessão apenas para ser discutido. O PS e o PCP contestaram a mudança. O socialista Carlos Casteleiro disse que a Covilhã «perde parte da sua memória», defendendo que «seria preferível fazer as necessárias obras de requalificação». Para o deputado, deveria ser encontrado «outro espaço para o “call center”» porque o mercado «constitui um edifício âncora para o comércio local e para o centro histórico». Opinião idêntica tem o PCP: «Porque não um edifício novo para o “call center”, se o mercado dinamiza o comércio tradicional?», questionou Marco Gabriel. Da bancada do PSD, foi João Pinto quem reagiu, constatando, entre outros aspectos, que a actual localização não tem estacionamento e que o edifício «não tem capacidade de crescimento». «Os mais de 200 trabalhadores do “call center” não têm valor?», perguntou.
Ainda nesta sessão, foram apreciadas várias moções, sendo que duas foram aprovadas por maioria: uma a propósito das portagens, a reclamar isenção para residentes e empresas, do PSD, e outra contra o fecho de escolas no concelho, apresentada pelo presidente da Junta de Vales do Rio. Carlos Pinto aproveitou para informar que não dará aval positivo ao fecho de escolas no concelho este ano. Houve também uma sobre o problema da falta de médicos de família na Cova da Beira (ver pág. 6), apresentada por António João Rodrigues, representante da AM no Conselho da Comunidade do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) da Cova da Beira, a pedir «medidas urgentes» por parte do Ministério da Saúde e que foi aprovada por unanimidade.
Tesouraria da Câmara com menos 2,2 milhões
«O Governo corta cem milhões de euros às Câmaras e o que vai ser retirado à tesouraria da Câmara da Covilhã, entre cortes efectivos nas transferências mensais e retenções, são 2,2 milhões», lamentou Carlos Pinto na AM. Apesar da actual conjuntura económica do país, o executivo está «tranquilo» e «preparado», estando a reduzir a despesa «em vários sectores». Para além dos cortes a nível social, o edil anunciou que a autarquia terá que «travar alguns protocolos com as Juntas», prevendo retomá-los em Janeiro. Carlos Pinto disse ainda que a autarquia tem verbas de fundos comunitários a receber, de projectos relativos a 2008, na ordem dos 3 milhões e 250 mil euros: «Na semana passada chegaram 750 mil euros dos 4 milhões que nos era devido. Ora, estamos a falar de dinheiros de Bruxelas», criticou.